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Mais de 4 mil carros argentinos estão retidos na fronteira com Brasil

Previsão é que até o final de semana número alcance 7 mil veículos; montadoras cobram solução para o impasse

A Volkswagen já ameaça mudar sua produção se a questão não for resolvida (Krafft Angerer/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2011 às 16h59.

Buenos Aires - Cerca de 4,5 mil carros produzidos na Argentina estão nesta quinta-feira retidos na alfândega brasileira devido à imposição de barreiras comerciais por parte do governo Dilma Rousseff à importação de veículos, em meio ao contencioso bilateral entre os dois países.

As montadoras multinacionais estabelecidas na Argentina e Brasil analisam a possibilidade de "repensar" seus programas de produção caso o litígio persista na próxima semana, advertiram à Agência Efe porta-vozes da Associação de Fábricas de Automotores da Argentina (Adefa).

Neste sentido, as fontes destacaram que a atual situação faz prever que a quantidade de automóveis argentinos retidos na fronteira chegue a cerca de 7 mil para o próximo fim de semana.

Enquanto alguns jornais de Buenos Aires alegam que o assunto causa grande preocupação ao governo da presidente Cristina Kirchner, outros meios de imprensa locais indicam que as negociações com o Brasil seguem avançando, embora lentamente.

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Alessandro Teixeira, e o secretário de Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi, concluíram na terça-feira dois dias de reuniões em Buenos Aires para buscar uma solução ao contencioso.

Os atritos começaram após a decisão brasileira de impor, há duas semanas, licenças não automáticas à importação de carros, mecanismo que permite ampliar o prazo para se autorizar a entrada de bens no país.

A medida foi interpretada na Argentina como uma represália às barreiras que Buenos Aires impõe a produtos procedentes do Brasil, como eletrodomésticos, têxteis, sapatos e alimentos, cuja entrada no mercado local foi motivo de controvérsias e negociações nos últimos anos.

Segundo um breve comunicado do Ministério de Indústria argentino, Bianchi e Teixeira avançaram nas negociações para "liberar gradualmente as licenças não automáticas pendentes".

Para apaziguar os ânimos, o governo brasileiro anunciou na quinta-feira da semana passada a autorização para a entrada de mil veículos argentinos que estavam barrados na fronteira.

O comércio bilateral no setor automotivo é o único em que a Argentina registra superávit - US$ 413 milhões - na balança com o Brasil, que em seu conjunto atingiu um déficit de US$ 4 bilhões para Buenos Aires no ano passado. Em 2010, a Argentina exportou 447.953 automóveis, a maioria ao Brasil.

Fontes da montadora alemã Volkswagen desmentiram nesta quinta-feira à Agência Efe que vão transferir "a produção total" do modelo Surán ao Brasil, tal como haviam indicado informações da imprensa local que vincularam a decisão ao litígio bilateral.

Bianchi e Teixeira decidiram na terça-feira que "se reunirão em breve para continuar os entendimentos e se comprometeram a assegurar uma periodicidade mensal para as reuniões da Comissão de Monitoramento do Comércio Bilateral", segundo um comunicado oficial.

As fábricas automotivas instaladas na Argentina tiveram retidas suas exportações na fronteira com o Brasil, por isso começam a avaliar uma redução de sua produção diante do aumento dos estoques.

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Buenos Aires - Cerca de 4,5 mil carros produzidos na Argentina estão nesta quinta-feira retidos na alfândega brasileira devido à imposição de barreiras comerciais por parte do governo Dilma Rousseff à importação de veículos, em meio ao contencioso bilateral entre os dois países.

As montadoras multinacionais estabelecidas na Argentina e Brasil analisam a possibilidade de "repensar" seus programas de produção caso o litígio persista na próxima semana, advertiram à Agência Efe porta-vozes da Associação de Fábricas de Automotores da Argentina (Adefa).

Neste sentido, as fontes destacaram que a atual situação faz prever que a quantidade de automóveis argentinos retidos na fronteira chegue a cerca de 7 mil para o próximo fim de semana.

Enquanto alguns jornais de Buenos Aires alegam que o assunto causa grande preocupação ao governo da presidente Cristina Kirchner, outros meios de imprensa locais indicam que as negociações com o Brasil seguem avançando, embora lentamente.

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Alessandro Teixeira, e o secretário de Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi, concluíram na terça-feira dois dias de reuniões em Buenos Aires para buscar uma solução ao contencioso.

Os atritos começaram após a decisão brasileira de impor, há duas semanas, licenças não automáticas à importação de carros, mecanismo que permite ampliar o prazo para se autorizar a entrada de bens no país.

A medida foi interpretada na Argentina como uma represália às barreiras que Buenos Aires impõe a produtos procedentes do Brasil, como eletrodomésticos, têxteis, sapatos e alimentos, cuja entrada no mercado local foi motivo de controvérsias e negociações nos últimos anos.

Segundo um breve comunicado do Ministério de Indústria argentino, Bianchi e Teixeira avançaram nas negociações para "liberar gradualmente as licenças não automáticas pendentes".

Para apaziguar os ânimos, o governo brasileiro anunciou na quinta-feira da semana passada a autorização para a entrada de mil veículos argentinos que estavam barrados na fronteira.

O comércio bilateral no setor automotivo é o único em que a Argentina registra superávit - US$ 413 milhões - na balança com o Brasil, que em seu conjunto atingiu um déficit de US$ 4 bilhões para Buenos Aires no ano passado. Em 2010, a Argentina exportou 447.953 automóveis, a maioria ao Brasil.

Fontes da montadora alemã Volkswagen desmentiram nesta quinta-feira à Agência Efe que vão transferir "a produção total" do modelo Surán ao Brasil, tal como haviam indicado informações da imprensa local que vincularam a decisão ao litígio bilateral.

Bianchi e Teixeira decidiram na terça-feira que "se reunirão em breve para continuar os entendimentos e se comprometeram a assegurar uma periodicidade mensal para as reuniões da Comissão de Monitoramento do Comércio Bilateral", segundo um comunicado oficial.

As fábricas automotivas instaladas na Argentina tiveram retidas suas exportações na fronteira com o Brasil, por isso começam a avaliar uma redução de sua produção diante do aumento dos estoques.

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