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Luta anti-corrupção também impacta economia na China

Oficiais paralisados pelo medo e queda em setores de luxo mostram que ofensiva anti-corrupção do governo chinês também bateu na economia

Cassinos em Macau, região da China famosa por atrações de luxo (Getty Images/Exame)

João Pedro Caleiro

Publicado em 15 de agosto de 2015 às 07h00.

São Paulo - Já completa mais de dois anos a ofensiva declarada pelo presidente Xi Jinping contra a corrupção na China .

Presentes e eventos de luxo se tornaram alvos e autoridades já contam 100 mil oficiais punidos. E assim como no caso da Operação Lava Jato no Brasil, a economia também sente os efeitos.

No começo, isso apareceu em coisas como a queda da importação de barbatanas de tubarão e o fiasco de uma feira de iates.

Mas eventualmente, os oficiais locais, centrais para o desenvolvimento do país, parecem ter sido paralisados pelo medo (e pela falta de benefícios pessoais).

Segundo a agência China Daily, o premiê Li Keqiang disse em fevereiro que estes oficiais "estão relutantes em implementar grandes políticas do governo central, sem ligar para suas próprios conquistas políticas".

Ren Jianming, professor de governança na Beihang University em Beijing, disse que os oficiais tem "medo de serem punidos por fazerem decisões erradas".

Em fevereiro deste ano, o Washington Post perguntou com todas as letras: "o sistema econômico chinês pode funcionar sem corrupção?".

As vendas da Prada caíram 19% no 1º trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado no território que abrange China, Macau e Hong Kong - uma situação vivida também por várias outras marcas de luxo.

Mas ninguém sentiu tanto os efeitos quanto o setor de bufê corporativo - que despencou de um crescimento de dois dígitos para território negativo (com uma pequena recuperação recentemente).

Há sinais de que a maré está mudando. O número de oficiais investigados caiu, e em junho, a condenação do ex-chefe de segurança Zhou Yongkang por abuso de poder, propina e vazamento de segredos recebeu relativamente pouco destaque pelo governo apesar de ter sido a maior do tipo desde os anos 70.

A economia chinesa deve registrar em 2015 seu pior crescimento em décadas, um "novo normal" comprovado por números que vão do transporte de fretes à produção de aço e cimento. O Brasil é um dos maiores afetados.

E diante de obstáculos do porte da quebra do mercado de ações, a liderança chinesa está apelando para movimentos como a desvalorização do yuan e parece estar querendo deixar a ofensiva anti-ostentação um pouco menos... ostensiva.

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Mas eventualmente, os oficiais locais, centrais para o desenvolvimento do país, parecem ter sido paralisados pelo medo (e pela falta de benefícios pessoais).

Segundo a agência China Daily, o premiê Li Keqiang disse em fevereiro que estes oficiais "estão relutantes em implementar grandes políticas do governo central, sem ligar para suas próprios conquistas políticas".

Ren Jianming, professor de governança na Beihang University em Beijing, disse que os oficiais tem "medo de serem punidos por fazerem decisões erradas".

Em fevereiro deste ano, o Washington Post perguntou com todas as letras: "o sistema econômico chinês pode funcionar sem corrupção?".

As vendas da Prada caíram 19% no 1º trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado no território que abrange China, Macau e Hong Kong - uma situação vivida também por várias outras marcas de luxo.

Mas ninguém sentiu tanto os efeitos quanto o setor de bufê corporativo - que despencou de um crescimento de dois dígitos para território negativo (com uma pequena recuperação recentemente).

Há sinais de que a maré está mudando. O número de oficiais investigados caiu, e em junho, a condenação do ex-chefe de segurança Zhou Yongkang por abuso de poder, propina e vazamento de segredos recebeu relativamente pouco destaque pelo governo apesar de ter sido a maior do tipo desde os anos 70.

A economia chinesa deve registrar em 2015 seu pior crescimento em décadas, um "novo normal" comprovado por números que vão do transporte de fretes à produção de aço e cimento. O Brasil é um dos maiores afetados.

E diante de obstáculos do porte da quebra do mercado de ações, a liderança chinesa está apelando para movimentos como a desvalorização do yuan e parece estar querendo deixar a ofensiva anti-ostentação um pouco menos... ostensiva.

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