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Lula reconquista aprovação do eleitor e se fortalece contra Serra

Pesquisa de intenção de voto CNT/Sensus mostra que Lula se mantém à frente do tucano José Serra em todos os cenários avaliados

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h23.

Ainda que relutante para declarar se será ou não candidato à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é apontado como favorito em todos os cenários na pesquisa CNT/Sensus, divulgada nesta terça-feira (14/2). O estudo mostra que Lula recuperou a confiança de parte do eleitorado e agora vence todos os possíveis concorrentes tanto no primeiro quanto no segundo turno.
 
O virtual candidato que mais ameaça a reeleição de Lula, o prefeito de São Paulo José Serra (PSDB), não repetiu o feito de ultrapassar o presidente em nenhum dos cenários, como havia conseguido na última edição da pesquisa - que indicou a derrota de Lula para o tucano no segundo turno por 3,9 pontos de diferença. O também tucano Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, sairia derrotado no segundo turno por margem ainda maior, de acordo com a pesquisa.  
 
No primeiro cenário, Lula conseguiria 40,2% dos votos, contra 28,6% de Serra, 10,5% de Anthony Garotinho (PMDB) e 5% de Heloisa Helena (PSOL). Sem Garotinho como concorrente, o presidente venceria com 42,5% da preferência do eleitorado, enquanto Serra teria 31,5%, Heloisa Helena, 5,4% e o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), 2,5%. Em uma terceira combinação de candidaturas, com Serra, Heloisa Helena, José Maria Eymael (PSDC) e Roberto Freire (PPS) concorrendo, Lula conseguiria seu menor percentual 35,8% dos votos .
  
Segundo turno
 
Na hipótese de haver um segundo turno, a situação continua favorável para Lula. Se competisse com Serra, o presidente se reelegeria com uma diferença de 10 pontos percentuais - 47,6% contra 37,6%. Se fosse contra Alckmin,  a diferença seria ainda maior: Lula venceria com 51,3% dos votos, e Alckmin ficaria com 29,7%. Outros candidatos (Rigotto, Garotinho, Heloisa Helena e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves) também seriam vencidos com mais de 50% dos votos para o presidente. 
 
Avaliação
 
O crescimento de Lula na pesquisa de intenção de voto reflete, segundo o cientista político Marcos Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas, o fim do efeito da crise política e o investimento do governo federal em sua própria imagem. "A denúncia do mensalão não produziu fato novo e caiu num buraco onde não se explica mais tanta coisa. E o governo resolveu investir pesado em imagem e em programas sociais, como a operação tapa-buraco e o novo salário mínimo."
De acordo com o cientista, a pesquisa mostra uma tendência de reconquista do eleitorado por Lula que deve se manter até as eleições. "O pior para ele já passou. Ser bombardeado da forma que ele foi e sobreviver politicamente dessa maneira sinaliza uma vitória. O debate eleitoral em si talvez não traga tanto desgaste quanto o escândalo", diz.
 
 A tendência citada por Teixeira é reforçada pelos dados de aprovação do governo, também apurados pela pesquisa CNT/Sensus. A avaliação positiva da gestão de Lula subiu de 31,1% em novembro para 37,5% em fevereiro. A negativa, por sua vez, passou de 29% para 21,4% no mesmo período. Já a reação dos entrevistados ao presidente também cresceu: de 46,7% em novembro para 53,3% em fevereiro. Aqueles que responderam desaprovar a atuação de Lula passaram de 44,2% para 38%. Já a política econômica recebeu aprovação de 42,4%, um aumento em relação aos 37,5% apurados em novembro.
 
Teixeira lembra ainda que os virtuais candidatos que poderiam oferecer mais perigo à candidatura de Lula - os tucanos Serra e Alckmin - ainda têm um confronto a resolver dentro do próprio PSDB - que recentemente também se tornou alvo das acusações de envolvimento com o suposto "mensalão". "Lula está favorecido porque nem Alckmin nem Serra estão com a campanha na rua, por causa do enfrentamento para saber quem vai ser candidato. E Lula diz ';Enquanto vocês brigam, eu faço meu papel';" , afirma o cientista político .
 
Se a pesquisa indica um fortalecimento de Lula, para Serra, ela pode representar uma advertência. "Apesar de ser bom para Serra,  o cenário que a pesquisa traça poderá provocar a desistência da candidatura. Serra só deixará a prefeitura se houver um cenário eleitoral muito favorável, se não corre o risco de recuperar a fama de mau candidato", afirma Marcos Teixeira.
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