Economia

Lula lamenta a guerra e diz que protegerá brasileiros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo toma providências para proteger o país da guerra no Iraque. Durante o pronunciamento, o presidente criticou a opção pela guerra ao invés de uma solução pacífica negociada na ONU. "Diante do início da guerra, preocupa-nos o sofrimento de inocentes, cujas vidas devem ser preservadas. […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h54.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo toma providências para proteger o país da guerra no Iraque. Durante o pronunciamento, o presidente criticou a opção pela guerra ao invés de uma solução pacífica negociada na ONU. "Diante do início da guerra, preocupa-nos o sofrimento de inocentes, cujas vidas devem ser preservadas. Faço um apelo para que sejam respeitadas as normas do direito internacional humanitário, principalmente no que se refere à proteção das populações civis e dos refugiados", disse Lula.

O presidente informou que o governo brasileiro está tomando todas as providências para que a população não sofra com os efeitos da guerra. "Estamos cuidando do abastecimento, da saúde, da vigilância de nossas fronteiras e do apoio aos brasileiros que vivem na região afetada pelo conflito". Segundo o presidente, com essas atitudes, ele espera interpretar o sentimento do povo brasileiro.

Além disso, o governo garantirá apoio a eventuais refugiados. "Numa situação de refugiados, o Brasil se somará aos esforços de proteção, em primeiro lugar das populações brasileiras e, em segundo lugar, do esforço humanitário mais geral. (...) Sobre apoio humanitário, o Brasil está sempre disposto a dar apoio a qualquer país", disse o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou uma declaração lamentando o início da guerra no Iraque. Na nota, o governo brasileiro faz um apelo pela restauração da paz e pelo respeito à integridade territorial do Iraque. Leia a seguir a íntegra da nota:

"O governo brasileiro lamenta profundamente o início das operações militares em território iraquiano e que não se tenha perseverado na busca de uma solução pacífica para o desarmamento do Iraque, no marco da Carta das Nações Unidas e das resoluções do Conselho de Segurança, e em conformidade com as inúmeras manifestações de Chefes de Estado, de Parlamentos e da sociedade civil em todos os continentes.

Lamentando o sofrimento que a ação armada inevitavelmente acarretará para civis inocentes, o governo brasileiro conclama ao respeito às normas do direito humanitário internacional, em especial no que se refere à proteção das populações civis, ao tratamento de prisioneiros e à proteção do direito das vítimas.

O governo brasileiro faz um apelo à cessação de hostilidades, à restauração da paz e ao respeito da integridade territorial do Iraque."

Senado

O Senado brasileiro aprovou por unanimidade um requerimento do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) condenando a intervenção militar unilateral no país. E conclamou os governantes norte-americanos e seus aliados a ouvirem a voz dos povos dispostos a apoiar uma saída pacífica para a destruição de armas de aniquilação em massa e a democratização das instituições políticas iraquianas.

Nesta quinta-feira (20/3), o Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), presidida por Suplicy, convidou o embaixador do Iraque no Brasil, Jarallah Alobaidy, para falar sobre a situação do país no Senado. Alobaidy agradeceu a posição do governo brasileiro, do Senado, da Câmara e do povo brasileiro, que é pacífico , em favor da paz. O embaixador agradeceu especialmente os esforços do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para evitar a guerra no Iraque. Essa posição é baseada na tradição do povo brasileiro, que ama a paz , acrescentou. Pela primeira vez, disse Alobaidy, o mundo inteiro expressou sua posição contrária aos Estados Unidos, mediante manifestações populares e, por isso, os Estados Unidos não teriam conseguido convencer o Conselho de Segurança da ONU.

O que estão querendo: tomar as riquezas petrolíferas? , questionou. Na verdade, a intenção deles é tomar o petróleo para usá-lo para pressionar os governos de outros países: se eles não seguirem a política norte-americana, os Estados Unidos vão se recusar a vender o petróleo para eles . Segundo ele, os Estados Unidos alegam que são a favor dos direitos humanos, mas impuseram sanções econômicas contra os iraquianos. "Alegam que são a favor da democracia e, ao contrário disso, estão se posicionando contra a opinião da população americana, que é a favor da paz. Eles alegam que são a favor da democracia e não respeitam a decisão do povo iraquiano, que escolheu seu presidente", disse ele. Escolher o presidente do meu país é uma questão interna .

O embaixador disse ainda que, graças a Deus, temos as forças do bem, que defendem a paz , citando a França, a Alemanha, a Rússia, a China e o Brasil. Essa guerra que o governo norte-americano está fazendo contra o Iraque não é legítima , afirmou. É por isso que podemos observar que o mundo inteiro se posicionou contra a guerra . O senador Suplicy disse que a embaixadora dos Estados Unidos, Donna Hrinak, irá à comissão no dia 3 de abril para falar sobre o conflito com o Iraque.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a guerra abre uma discussão sobre o sistema de funcionamento da Organização das Nações Unidas e sobre o processo civilizado de diplomacia.

Reflexos no país

O ministro Rubem Fonseca, que coordena o acompanhamento da crise no Iraque, informou que o contato telefônico mantido com a Embaixada do Brasil no Kwait foi interrompido nesta quinta-feira pela manhã. De acordo com Barbosa, uma das causas foi o lançamento de três mísseis iraquianos sobre tropas americanas, na fronteira do Kuweit. "Temos recebido informações por e-mail, mas não temos conseguido fazer chamadas telefônicas. Essa é única dificuldade que temos", afirmou o ministro. A comunicação com outras embaixadas brasileiras no Oriente Médio está normal. As informções são da Agência Brasil.

As emissões de vistos e todos os demais serviços de atendimento ao público no Consulado dos Estados Unidos, em São Paulo, foram suspensos nesta quinta-feira (20/3), após o início do ataque norte-americano ao Iraque. Os portões estavam fechados. No Rio, o policiamento foi reforçado no consulado americano, no centro da cidade. Segundo a assessoria de imprensa, o local foi isolado para evitar que manifestantes façam protestos dentro do prédio, que funciona normalmente. O policiamento também foi reforçado na Escola Americana, na zona sul da cidade.

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