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Lula fala em reeleição e sobre reforma ministerial na TV

Em seu décimo-primeiro mês de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ser candidato à reeleição em 2006. Lula ressaltou, entretanto, que só ir disputar a permanência no cargo caso acredite, ao final dos seus quatro anos de governo, que possa fazer um segundo mandato melhor que o primeiro. Em entrevista ao programa "Canal Livre", exibido […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h17.

Em seu décimo-primeiro mês de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ser candidato à reeleição em 2006. Lula ressaltou, entretanto, que só ir disputar a permanência no cargo caso acredite, ao final dos seus quatro anos de governo, que possa fazer um segundo mandato melhor que o primeiro. Em entrevista ao programa "Canal Livre", exibido na noite de domingo (30/11) na Rede Bandeirantes de televisão, Lula disse que não quer se afundar ao ser reeleito, como aconteceu, na opinião dele, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Eu posso decidir ou não pela reeleição. A minha tese é a seguinte: alguém só pode ser candidato à reeleição se perceber que no segundo mandato pode fazer mais que no primeiro. Porque se ele tiver confiança de que não pode, não seja louco, não seja candidato, porque vai afundar. Foi o que aconteceu com o nosso amigo Fernando Henrique Cardoso , afirmou.

Lula disse ter obsessão não pelo cargo de presidente da República, mas pelas políticas públicas que podem mudar a vida do povo . Na avaliação do presidente, a alternância de poder é uma prática positiva no Brasil e permite ao administrador não se viciar diante da estrutura pública. Eu acho que você não pode nunca ficar muito tempo no poder. Você fica viciado, você vai se adaptando à máquina, você vai permitindo que coisas boas não te aconteçam. Então, eu sou favorável à alternância no poder, acho que um partido pode ter um projeto mais longo, mas acho que esse projeto pode ser construído por uma aliança política, que não precisa ser o seu próprio partido. Agora, é muito cedo para a gente falar quanto tempo nós queremos , afirmou.

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Reforma Ministerial

Se a reeleição ainda é um assunto que será discutido ao longo dos próximos anos pelo presidente, a reforma ministerial é um tema que está mais próximo de seu dia-a-dia na Presidência. Lula, entretanto, disse que vai promover mudanças em seu primeiro escalão no momento certo , e não adiantou quando pretende colocar em prática as modificações em seu Ministério. Você, quando avisa que vai tirar um ministro com muita antecedência, cria um embaraço muito grande para o funcionamento do próprio ministério dele. E, se você anuncia alguém com muita antecedência, pode criar uma ciumeira tal que, em vez de ajudar, atrapalha", disse.

Lula mandou um recado direto aos peemedebistas que aguardam por cargos no governo: Eu me reuni com a direção do PMDB e disse: vocês vão para o governo, vamos aguardar votar a reforma (da Previdência), porque não me interessa fazer nada precipitado que passe para a sociedade a idéia do fisiologismo. Não é bom para o PMDB, não é bom para o governo e não é bom para ninguém .

Radicais do PT

Lula aproveitou a entrevista para quebrar o silêncio sobre os membros do PT que insistem em votar contra o governo e criticar abertamente as principais ações comandadas pelo presidente e que, por isso, estão ameaçados de expulsão pelo partido. Segundo Lula, não é papel do presidente da República julgar o comportamento de parlamentares. Mas ele deixou claro que, ao fazer a opção por se filiar a um partido político, o deputado ou senador tem regras explícitas a seguir. A minha liberdade individual, os meus direitos individuais, eles terminam quando eu começo a participar de uma instância coletiva que delibera alguma coisa. Quando o partido discute uma coisa e fecha uma questão favorável ou contra alguma coisa, todos nós que somos do partido estamos na obrigação de cumprir , afirmou.

Segundo Lula, a única alternativa para políticos que insistem em se voltar contra as decisões do partido é lutar pelo direito da candidatura avulsa nas eleições. Um candidato avulso não tem que se subordinar a ninguém. Ele levanta de manhã, vai na frente do espelho e fala: 'espelho, espelho meu, o que que eu faço hoje, qual é a orientação?' E vê se o povo vota nele depois. Mas se entrou num partido, tem regras , disse.

Com informações da Agência Brasil

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