Economia

Lula e Antônio Ermírio trocam elogios e dizem que é hora de parar de reclamar

O discurso feito pelo empresário Antônio Ermírio de Moraes na inauguração da nova fábrica da VCP em Jacareí soou como música aos ouvidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Falando de improviso num tom entusiasmado, o anfitrião conclamou a platéia formada por funcionários, fornecedores e figuras importantes do empresariado brasileiro a parar de reclamar […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h11.

O discurso feito pelo empresário Antônio Ermírio de Moraes na inauguração da nova fábrica da VCP em Jacareí soou como música aos ouvidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Falando de improviso num tom entusiasmado, o anfitrião conclamou a platéia formada por funcionários, fornecedores e figuras importantes do empresariado brasileiro a parar de reclamar dos juros altos e a trabalhar com afinco para superar as atuais dificuldades da economia.

Um dos últimos representantes da estirpe de empresários-estadistas, Antônio Ermírio foi veemente: "Chega de reclamar. É preciso acreditar no Brasil. É nossa obrigação. Nossa gente é trabalhadora. Chegaremos lá com sangue, suor e lágrimas." Em um dado momento, depois de enaltecer o papel do setor produtivo o empresário passou a criticar aqueles, aqui e lá fora, que ganham dinheiro com a especulação financeira. Na platéia, entre os convidados que acompanhavam o pronunciamento estavam importantes figuras do setor financeiro, entre os quais o banqueiro José Safra.

Quando chegou sua vez de falar, Lula, embalado pelo tom entusiamado de Antônio Ermírio, dobrou as páginas do discurso que trouxera de Brasília e resolveu improvisar o discurso. "Se metade dos empresários brasileiros fossem como Antônio Ermírio, o PIB do Brasileiro seria o triplo do que é hoje", disse Lula. Ele compareceu à cerimônia acompanhado dos ministros Antônio Palocci, da Fazenda, e Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento.

Ao comentar a meta da VCP de exportar 55% de sua produção, Lula destacou a importância de o país expandir sua capacidade de gerar divisas, mas acrescentou: "Vejo isso também como um sinal de alerta. As exportações são fundamentais para gerar riqueza, mas o país precisa também consumir internamente para poder crescer. Precisamos tanto do mercado externo como do interno e vamos buscar isso."

Lula garantiu mais uma vez que o seu governo irá fazer a reforma tributária para "desonerar a produção" e não para aumentar a arrecadação. O presidente reafirmou que o crescimento da economia virá neste segundo semestre e que o BNDES estará a postos para apoiar projetos de empresas dispostas a investir no país. "O governo vai estar de braços abertos para fazer as parcerias necessárias", disse Lula.

Quanto aos juros altos e à escassez de crédito, o presidente afirmou que só reclamar não resolve muita coisa. "A inauguração desta fábrica é uma demonstração de que a Votorantim não ficou reclamando", disse. "Quando tivermos mais empresas e empresários acreditando mais no país e investindo no setor produtivo, o resultado será extraordinário. Não há tempo para o pessimismo e para ficar chorando. O tempo é de construir e é disso o que país precisa."

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