Lula defende que militância argumente a favor do governo
Segundo ex-presidente, Dilma conseguiu gerir a crise com eficiência
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2014 às 15h49.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer que o Brasil tem "complexo de vira-lata" e que as críticas à política econômica da presidente Dilma Rousseff são infundadas.
"Quando o PIB americano cai 2,9%, a imprensa fala que já há sinais de recuperação. Aqui no Brasil, não. Nós não temos o PIB que queremos, que a Dilma quer, mas diante de uma crise mundial temos que nos perguntar: em qual economia do mundo o PIB cresce mais do que o Brasil, com exceção da China?", questionou, durante convenção estadual do PT em Salvador (BA).
Segundo Lula, a presidente Dilma "conseguiu gerir a crise com eficiência" e dirigindo-se à presidente e ao governador da Bahia, Jaques Vagner, afirmou que é preciso munir a militância petista e a juventude de informações para que essas pessoas possam argumentar a favor do governo.
"Precisamos dar todas as informações para que ele tenha argumento de bar", disse. "Quando falarem uma mentira sobre você (Dilma), o cara que está tomando uma cervejinha tem de ter informação para rebater na hora", disse.
O ex-presidente disse que "a desgraça da mentira é que uma mentira contada muitas vezes começa a ter cara de verdade".
"E como 'eles' tem mentido o tempo inteiro, daqui a pouco tem muito jovem que se esquece como era a economia e como estava o desemprego em 2002", afirmou, referindo-se ao ano em que o PT chegou ao poder e sem citar nominalmente o governo tucano antecessor.
Usando novamente o termo 'eles', Lula disse ainda que antes de 2002 a corrupção não aparecia nos jornais, pois "eles jogavam embaixo do tapete". "E nós tiramos o tapete da sala", afirmou.
Lula disse que o governo petista criou diversos instrumentos de fiscalização e que atualmente "só tem um jeito da pessoa não ser pega nesse país, que é não roubar". O ex-presidente afirmou ainda que "político não foi eleito para roubar, foi eleito para gerenciar os interesses públicos".