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Líderes mundiais enviam mensagens a Lula

Líderes mundiais continuam enviando mensagens ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Javier Solana, alto representante para Política Externa e Segurança Comum da UE (União Européia), parabenizou nesta segunda-feira o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. "Desejo ao presidente eleito o maior sucesso em seu próximo mandato. Meus parabéns também ao […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h55.

Líderes mundiais continuam enviando mensagens ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Javier Solana, alto representante para Política Externa e Segurança Comum da UE (União Européia), parabenizou nesta segunda-feira o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. "Desejo ao presidente eleito o maior sucesso em seu próximo mandato. Meus parabéns também ao povo brasileiro, principal protagonista destas eleições exemplares, a quem os europeus transmitimos nosso desejo de progresso na democracia", acrescentou.

Solana destacou a "aproximação sem precedentes" entre a Europa e o Brasil durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e enviou "uma saudação amistosa ao presidente Fernando Henrique Cardoso, cujo grande nível político é reconhecido pela aproximação sem precedentes que aconteceu entre Brasil, Mercosul e União Européia durante seus oito anos de governo". Atualmente, a UE e o Mercosul (cujos integrantes são Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) negociam um acordo de associação que inclui o livre comércio.

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Estados Unidos

Por meio do porta-voz da Casa Branca, George W. Bush, presidente dos Estados Unidos, disse que "espera ansiosamente para trabalhar de modo produtivo com o Brasil". Bush retorna de uma cúpula no México com os presidentes dos países da Apec (Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico).

O Departamento de Estado dos EUA acrescentou em um comunicado: "Nós esperamos encontrar o novo líder do Brasil o mais rápido possível e trabalhar junto com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para a formação de um hemisfério próspero e democrático baseado em valores compartilhados e respeito mútuo".

"Os Estados Unidos e o Brasil dividem muitas áreas de interesse comum, e estamos ansiosos em construir uma forte parceria com o presidente eleito e com sua nova administração."

"Os Estados Unidos cumprimentam o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva por sua vitória", dizia o comunicado.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul ONeill, manifestou satisfação nesta segunda-feira com o fim da incerteza em torno da política brasileira depois da eleição do novo presidente neste final de semana, e disse que acha que a principal economia da América Latina deve ficar bem.

"Estou satisfeito que a incerteza acabou e pelo que sei de Lula, acho que eles ficarão bem", disse ONeill na Câmara de Comércio de Greenville, na Carolina do Sul. ONeill disse que espera que o novo presidente siga as políticas econômicas da administração anterior.

México

O presidente mexicano, o conservador Vicente Fox, disse nesta segunda-feira ter felicitado Lula e ter convidado para visitar o México para dialogar sobre a futura relação das duas principais economias da América Latina.

"Hoje (segunda-feira) pela manhã já tive uma conversa com o próprio presidente Lula. Em primeiro lugar, para felicitar-lhe pelo triunfo obtido, para felicitar-lhe pela mostra de uma eleição amplamente democrática, com plena estabilidade e credibilidade", disse Fox a jornalistas à bordo do avião presidencial. "Estamos à disposição para trabalhar com o novo governo do Brasil", acrescentou Fox enquanto se dirigia a Nayarit para visitar a zona arrasada pela recente passagem do furacão Kenna.

O presidente mexicano disse que Lula está interessado em visitar o México em uma viagem a vários países latino-americanos e aos Estados Unidos, antes de iniciar seu mandato no dia 1 de janeiro.

"Felizmente ele também tem o mesmo interesse e nos tem sinalizado que buscará a oportunidade de visitar o México como presidente eleito, onde possamos compartilhar a experiência da transição no México com a qual ele vai viver agora", disse o presidente mexicano.

"Seguramente nestes próximos dias se fechará um acordo sobre quando acontecerá esta visita que ele ofereceu ao México, e a partir desse momento estaremos levando adiante as conversações, a amizade, a relação entre Brasil e México", acrescentou.

Fox, do Partido Ação Nacional (PAN), de direita, chegou ao poder em dezembro de 2000 após vencer o Partido Revolucionário Institucional (PRI) nas urnas, que até então havia se mantido no governo por mais de sete décadas ininterruptas.

Portugal

O primeiro-ministro de Portugal, José Manuel Durão Barroso, cumprimentou Lula por sua vitória na eleição presidencial deste domingo. "Me permita expressar meus desejos de sucesso em suas responsabilidades futuras, certo que sob a sua liderança o Brasil continuará a caminhar para o desenvolvimento", disse Durão Barroso em uma mensagem enviada ao novo presidente eleito do Brasil.

Muitas empresas portuguesas que investiram pesado no Brasil tiveram suas receitas atingidas pela desvalorização do real nos meses recentes, em meio às preocupações dos investidores sobre a possibilidade de Lula alterar a política econômica do atual presidente Fernando Henrique Cardoso.

O primeiro-ministro português disse que espera encontrar Lula em breve, e manifestou interesse que os laços de amizade e "intensa troca cultural, econômica e financeira" entre as duas nações continue crescendo.

O presidente português, Jorge Sampaio, enviou um telegrama para Lula, no qual lhe deseja "sucesso" e o felicita pela vitória, afirmando que está "seguro de que a Presidência do Brasil fará com que as relações entre os dois países continuem a se fortalecer". A mensagem de Durão Barroso, primeiro-ministro português, foi mais extensa: "permita-me exprimir-lhe os meus votos de sucesso nas suas futuras responsabilidades, estou certo de que, sob a sua liderança, o Brasil prosseguirá a sua marcha de desenvolvimento. A convicção, determinação e coragem que sempre demonstrou ao longo de sua já longa carreira política são seguramente a prova do empenho que porá nas nobres funções que assumirá em breve. Desejo ainda reiterar, em nome do governo e do povo português, a amizade entre os nossos dois povos irmãos e a esperança de que as intensas trocas culturais, econômicas e financeiras que caracterizam as relações entre os nossos países possam continuar a crescer em benefício mútuo."

Angola

O presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, enviou na segunda-feira uma mensagem ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva felicitando-o pela vitória nas eleições, informou a assessoria de imprensa do governo angolano no Brasil em comunicado. De acordo com a nota, José Eduardo dos Santos afirma estar "convencido" de que o resultado do pleito mostra a confiança que Lula soube despertar no eleitorado com sua "tenacidade e profundo conhecimento da realidade".

O presidente angolano diz ainda esperar que os laços de amizade e cooperação entre Brasil e Angola se estreitem no novo governo, e deseja "profundos votos de felicidades pessoais e de êxitos no cumprimento deste nobre mandato em prol do desenvolvimento e do bem estar do povo brasileiro".

Ex-colônia portuguesa, Angola tornou-se independente em 1975 após uma guerra civil que fez com que 500 mil angolanos fossem para Portugal, África do Sul e Brasil. O Brasil foi ainda o primeiro país a reconhecer formalmente a independência de Angola.

Argentina

O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, felicitou Lula por sua vitória e solicitou que os países vizinhos fortaleçam seus laços, segundo declarou a Chancelaria argentina em comunicado. "Esta nova etapa que se inicia no Brasil tem importância crucial para as relações entre ambos países", ressaltou o Ministério das Relações Exteriores da Argentina no documento. O governo argentino já enviou ao Ministério das Relações Exteriores um convite para que o presidente eleito do Brasil visite o país vizinho entre 19 e 25 de novembro.

"Lula disse que pretende aprofundar muito mais essa integração. Por isso esperamos poder desenvolvê-la da melhor maneira e com muita força," disse na segunda-feira durante uma entrevista coletiva o chefe do gabinete argentino, Alfredo Atanasof.

O ex-presidente argentino Carlos Menem, que governou o país de 1989 a 1999 e é um dos candidatos a presidente, disse na segunda-feira que concorda com a necessidade de fortalecer o Mercosul e espera que Lula continue realizando as reformas estruturais no Brasil.

"É preciso insistir no Mercosul para podermos crescer na região, sem prejudicar os esforços para a Alca", disse Menem durante uma reunião com jornalistas estrangeiros. Menem ficou irritado diante da pergunta de uma jornalista brasileira, que lembrou que Lula o havia chamado de "corrupto". "Algum dia talvez teremos a oportunidade de conversar e esclarecer esta falsa acusação feita pelo senhor Lula", disse Menem.

Os partidos de esquerda da Argentina estão animados com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência do Brasil. "É uma vitória política histórica dos trabalhadores, dos camponeses e do povo do Brasil", a deputada da Esquerda Unida, Vilma Ripoll, representante de Buenos Aires.

Vilma associa o triunfo de Lula e do PT aos desempenhos eleitorais de Lucio Gutiérrez, no Equador, e Evo Morales, na Bolívia, e avalia que a esquerda latino-americana está crescendo.

Outro ponto destacado pela deputada argentina é o PT como referência de organização política para outros países do continente. "Temos de tomar do Brasil a construção da esquerda e brigar pelo nosso espaço e nos prepararmos para governar", afirmou.

Marcos Wolman, da Executiva do Partido Comunista, vê a vitória de Lula como "uma mudança não só para o Brasil, mas para toda a América Latina". O dirigente comunista também vê o PT como exemplo de unidade das forças de esquerda.

Uruguai

O presidente uruguaio, Jorge Batlle, afirmou nesta segunda-feira que acredita que o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, manterá as políticas do atual governo. "Estou convencido que as pessoas que acompanham esta gestão (de Lula) terão em conta a realidade econômica e financeira do Brasil e do mundo para manter-se na mesma linha que tem sido conduzida por Fernando Henrique Cardoso", disse a jornalistas o presidente uruguaio, do Partido Colorado, de centro-direita.

Venezuela

Hugo Chávez, presidente da Venezuela, reiterou seu apoio ao candidato petista. "Daqui, de Caracas, berço de Bolívar, envio-lhe em nome de todo o povo da Venezuela este coração, esta fé, este amor e esta esperança", disse Chávez.

Chile

O presidente do Chile, Ricardo Lagos, disse neste domingo que o novo governo no Brasil deve se concentrar em ganhar a confiança dos mercados sobre a condução da maior economia da América Latina.

"Acredito que a primeira medida das novas autoridades deveria ser dedicar-se precisamente a este tema" de ganhar a confiança dos mercados, disse Lagos a jornalistas no balneário mexicano de Los Cabos, onde participou em uma cúpula do Cooperação Econômica da Asia-Pacífico (APEC).

Cuba

O presidente de Cuba, Fidel Castro, afirmou que Lula está preparado para comandar o Brasil, prevendo no sábado à noite que o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) vai vencer as eleições presidenciais brasileiras.

"Não há dúvidas de que Lula vai vencer. Somos amigos e eu admiro a perseverança dele",disse Castro à imprensa pouco antes de meia-noite.

"Ele é uma pessoa excelente e tem autoridade. Está bem preparado para ser presidente", completou Castro depois de fazer um discurso sobre a recuperação do país após o furacão Michelle, que causou grandes estragos há um ano.

Castro já se encontrou várias vezes com Lula e afirmou nesta semana que a América Latina vai ficar melhor com Hugo Chávez comandando a Venezuela, Lucio Gutierrez o Equador e agora Lula como presidente do Brasil.

O líder cubano afirmou que Lula, Gutierrez e Chavez representam a tendência populista em países onde a distância entre os ricos e os pobres é enorme e onde as políticas são determinadas por elites ligadas a interesses estrangeiros.

"Não será fácil (realizar mudanças)", disse Castro, referindo-se à dívida da região. "Não dá para esperar mudanças radicais ou revolução."

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