Le Pen propõe imposto sobre contratação de estrangeiros na França
A proposta faz parte do projeto "Prioridade Nacional", que ela promete aplicar caso vença a corrida eleitoral
EFE
Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 11h38.
Paris - A líder da ultradireitista Frente Nacional (FN) e candidata à presidência da França , Marine le Pen, propôs a criação de um imposto sobre todas as novas contratações de trabalhadores estrangeiros em entrevista divulgada nesta quinta-feira pelo jornal "Le Monde".
A receita oriunda da cobrança do imposto será dedicada a indenizar os funcionários, disse Le Pen ao jornal. A proposta faz parte do projeto "Prioridade Nacional", que ela promete aplicar caso vença a corrida pelo Palácio do Eliseu nas eleições de abril e maio.
No mesmo sentido, a líder da FN deu mais detalhes sobre a intenção de impor uma "contribuição social" de 3% sobre a importação de bens e serviços, imposto com o qual pretende arrecadar 15 bilhões de euros. Segundo Le Pen, a taxa não teria grande influência sobre o poder aquisitivo dos franceses.
"A base de tudo isso é o patriotismo, ou seja, cada medida e cada euro gasto tem como vocação defender o interesse dos franceses", completou Le Pen, que, segundo as pesquisas, irá ao segundo turno.
A candidata da extrema-direita defendeu um "protecionismo inteligente" e disse ter ficado feliz com o discurso de posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que citou o "falecimento do ultraliberalismo integral".
"Trump foi eleito por promessas que está cumprindo. Esse respeito pelos eleitores deveria ser um modelo para todo o político", disse Le Pen, negando, no entanto, ter o republicano como "referência".
Em uma antecipação de seu programa eleitoral, que será apresentado neste fim de semana em Lyon, no sudeste do país, a representante da extrema-direita reiterou a intenção de tirar a França da União Europeia (UE).
"Irei imediatamente a Bruxelas para empreender a negociação sobre o retorno de quatro soberanias: a monetária, a legislativa, a orçamentária e a territorial. E, seis meses depois das eleições, organizarei um referendo sobre a saída da UE", afirmou.
Le Pen disse estar convencida que sua iniciativa vai desencadear um movimento que ganhará adesão de vários países, que também lutarão para "obter a retirada de regulamentações e tratados que prejudicam sua segurança ou sua economia".
Investigada pelo desvio de 340 mil euros de sua cota parlamentar como eurodeputada, Le Pen afirmou que não deixará a candidatura se for acusada. "Um juiz decidir quem é ou não candidato é o fim da democracia", concluiu.