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Kadafi recusa-se a deixar a Líbia

A afirmação, trazida pelo presidente sul-africano Jacob Zuma, praticamente elimina as esperança de uma solução negociada para o conflito

Kadafi: "os Estados Unidos estão determinados a proteger os civis líbio", afirmou o departamento (Osama Ibrahim/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2011 às 17h28.

Trípoli - Muammar Gaddafi foi enfático ao afirmar que não vai deixar a Líbia, disse nesta terça-feira o presidente sul-africano, Jacob Zuma, após encontro com o líder líbio. A afirmação praticamente elimina as esperança de uma solução negociada para o conflito.

Mas surgiram novas questões sobre quanto tempo Gaddafi conseguirá se manter no poder, depois de um alto funcionário da ONU afirmar que a escassez de alimentos e medicamentos nas áreas da Líbia controladas por Gaddafi equivalia a uma "bomba-relógio".

Poucas horas depois da partida de Zuma de Trípoli, na noite de segunda-feira, a televisão da Líbia informou que aeronaves da Otan retomaram os ataques. Segundo a TV, os ataques eram contra instalações civis e militares em Trípoli e Tajoura, a leste da capital.

Zuma foi à Trípoli para tentar reanimar o chamado "roteiro" africano para o término do conflito, que começou em fevereiro com uma revolta contra Gaddafi, e desde então se transformou em uma guerra, com milhares de pessoas mortas.

As negociações não produziram avanços diante da recusa de Gaddafi de deixar o país -- uma condição que os rebeldes e a Otan estabeleceram como essencial para o cessar-fogo.

"O coronel Gaddafi pediu o fim dos bombardeios para permitir um diálogo com a Líbia", disse o gabinete de Zuma em comunicado. "Ele enfatizou que não estava disposto a deixar seu país, apesar das dificuldades."

Zuma também disse que a segurança pessoal de Gaddafi "é uma preocupação", numa referência aos ataques da Otan que têm repetidamente atingido o complexo do líder líbio Bab al-Aziziyah e outros locais utilizados por Gaddafi e sua família.

"Legitimidade"

Agora em seu quarto mês, o conflito da Líbia atingiu um impasse, com os rebeldes anti-Gaddafi incapazes de avançar seu domínio para Trípoli, onde Gaddafi parece estar firmemente enraizado.


Os rebeldes controlam o leste da Líbia, a cidade de Misrata, terceira maior do país, e uma cordilheira que se estende desde a cidade de Zintan, a 150 quilômetros ao sul de Trípoli, na direção com a fronteira da Tunísia.

Falando no principal reduto rebelde, Benghazi, onde estava abrindo um consulado, o ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, disse que havia prometido um pacote de ajuda aos rebeldes no valor de centenas de milhões de euros.

"Acho que o regime de Gaddafi acabou e acredito firmemente que é por uma razão simples: estamos falando de uma pessoa cujos amigos mais próximos o estão abandonando. Ele perdeu a sua legitimidade na Líbia", disse Frattini.

As potências ocidentais disseram que esperam que Gaddafi seja forçado a sair por um processo de desgaste, quando os ataques aéreos, deserções de seu lado e a escassez generalizada não deixarem outra opção.

Panos Moumtzis, coordenador humanitário da ONU para a Líbia, em Trípoli, disse à Reuters que alguns estoques de alimentos em áreas sob o controle de Gaddafi deveriam provavelmente durar por apenas semanas.

"Acho que não há fome, desnutrição. Mas quanto mais tempo o conflito durar, mais os alimentos vão se esgotando, e é uma questão de semanas antes que o país chegue a uma situação crítica", disse Moumtzis.

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Trípoli - Muammar Gaddafi foi enfático ao afirmar que não vai deixar a Líbia, disse nesta terça-feira o presidente sul-africano, Jacob Zuma, após encontro com o líder líbio. A afirmação praticamente elimina as esperança de uma solução negociada para o conflito.

Mas surgiram novas questões sobre quanto tempo Gaddafi conseguirá se manter no poder, depois de um alto funcionário da ONU afirmar que a escassez de alimentos e medicamentos nas áreas da Líbia controladas por Gaddafi equivalia a uma "bomba-relógio".

Poucas horas depois da partida de Zuma de Trípoli, na noite de segunda-feira, a televisão da Líbia informou que aeronaves da Otan retomaram os ataques. Segundo a TV, os ataques eram contra instalações civis e militares em Trípoli e Tajoura, a leste da capital.

Zuma foi à Trípoli para tentar reanimar o chamado "roteiro" africano para o término do conflito, que começou em fevereiro com uma revolta contra Gaddafi, e desde então se transformou em uma guerra, com milhares de pessoas mortas.

As negociações não produziram avanços diante da recusa de Gaddafi de deixar o país -- uma condição que os rebeldes e a Otan estabeleceram como essencial para o cessar-fogo.

"O coronel Gaddafi pediu o fim dos bombardeios para permitir um diálogo com a Líbia", disse o gabinete de Zuma em comunicado. "Ele enfatizou que não estava disposto a deixar seu país, apesar das dificuldades."

Zuma também disse que a segurança pessoal de Gaddafi "é uma preocupação", numa referência aos ataques da Otan que têm repetidamente atingido o complexo do líder líbio Bab al-Aziziyah e outros locais utilizados por Gaddafi e sua família.

"Legitimidade"

Agora em seu quarto mês, o conflito da Líbia atingiu um impasse, com os rebeldes anti-Gaddafi incapazes de avançar seu domínio para Trípoli, onde Gaddafi parece estar firmemente enraizado.


Os rebeldes controlam o leste da Líbia, a cidade de Misrata, terceira maior do país, e uma cordilheira que se estende desde a cidade de Zintan, a 150 quilômetros ao sul de Trípoli, na direção com a fronteira da Tunísia.

Falando no principal reduto rebelde, Benghazi, onde estava abrindo um consulado, o ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, disse que havia prometido um pacote de ajuda aos rebeldes no valor de centenas de milhões de euros.

"Acho que o regime de Gaddafi acabou e acredito firmemente que é por uma razão simples: estamos falando de uma pessoa cujos amigos mais próximos o estão abandonando. Ele perdeu a sua legitimidade na Líbia", disse Frattini.

As potências ocidentais disseram que esperam que Gaddafi seja forçado a sair por um processo de desgaste, quando os ataques aéreos, deserções de seu lado e a escassez generalizada não deixarem outra opção.

Panos Moumtzis, coordenador humanitário da ONU para a Líbia, em Trípoli, disse à Reuters que alguns estoques de alimentos em áreas sob o controle de Gaddafi deveriam provavelmente durar por apenas semanas.

"Acho que não há fome, desnutrição. Mas quanto mais tempo o conflito durar, mais os alimentos vão se esgotando, e é uma questão de semanas antes que o país chegue a uma situação crítica", disse Moumtzis.

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