A procuradora-geral do estado, Letitia James, está investigando os pedidos de empréstimos concedidos pelo banco à Organização Trump (Cheriss May/Sipa/Divulgação)
AFP
Publicado em 12 de março de 2019 às 18h47.
O Deutsche Bank encara um novo processo judicial nos Estados Unidos, onde a procuradoria do estado de Nova York solicitou ao banco alemão documentos sobre o financiamento de projetos vinculados a empresas do presidente Donald Trump, informou à AFP fontes ligadas ao caso.
A procuradora-geral do estado, Letitia James, está investigando os pedidos de empréstimos concedidos pelo banco à Organização Trump, o grupo empresarial responsável por gerir os bens do magnata do setor imobiliário que agora é comandado por seus filhos Eric e Donald Trump Jr desde que o empresário assumiu a Presidência dos Estados Unidos.
De acordo com a fonte, que solicitou anonimato, o financiamento do banco foi utilizado em projetos como os hotéis Trump nas cidades de Washington, Miami e Chicago.
A procuradora também quer obter documentos relacionados à tentativa frustrada da Organização Trump de comprar a equipe de futebol americano Buffalo Bills, que integra a liga nacional (NFL), de acordo com o jornal The New York Times, o primeiro a informar sobre a atuação da procuradoria-geral de Nova York.
Letitia James decidiu pedir esses dados ao Deutsche Bank por conta do depoimento no Congresso de Michael Cohen, ex-advogado de Trump, segundo o The New York Times.
Durante a audiência perante os legisladores, Cohen afirmou que o presidente havia superfaturado indevidamente sua fortuna para obter empréstimos do banco alemão.
A instituição financeira europeia é um dos poucos grandes bancos ocidentais que continuou a emprestar dinheiro ao grupo de Trump após a falência de vários de seus cassinos nos anos 1990, gerando dívidas estimadas atualmente em 330 milhões de dólares.
Essa decisão transformou o banco em alvo de várias investigações nos Estados Unidos.
Em janeiro, os congressistas democratas, que conseguiram a maioria na Câmara de Representantes, pediram informações à instituição sobre as taxas de juros concedidas à Organização Trump.
Também querem obter detalhes sobre os protagonistas do caso da lavagem de dinheiro russo, pelo qual o Deutsche Bank foi condenado a pagar 630 milhões de dólares em janeiro de 2017 nos Estados Unidos.
Contactado pela AFP, o banco alemão, que deve acatar as petições da justiça sob pena de ser castigado, se mostrou disposto a colaborar.
Já a procuradoria ainda não respondeu as perguntas enviadas pela AFP sobre o assunto.