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Juros têm queda forte por exterior e comentários de IOF

O governo federal confirmou desonerações, que podem aliviar, ainda que pontualmente, a pressão sobre os preços.

Além da piora internacional, comentários de que o governo poderia retirar o IOF de aplicações de renda fixa e derivativos acentuaram o sinal de baixa, segundo operadores (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2013 às 17h05.

São Paulo - Tendo a piora externa como vetor, as taxas de juros futuros experimentaram forte queda nesta sexta-feira, sobretudo nos vencimentos mais longos. Além da piora internacional, provocada pela decepção com dados do mercado de trabalho norte-americano, comentários de que o governo poderia retirar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) das aplicações de renda fixa e derivativos acentuaram o sinal de baixa, segundo operadores.

Mesmo porque esses comentários fazem o dólar experimentar queda consistente, o que também pode ajudar o quadro inflacionário mais adiante. Por fim, o governo federal confirmou desonerações, que podem aliviar, ainda que pontualmente, a pressão sobre os preços.

Ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (227.080 contratos) marcava 7,19%, de 7,22% no ajuste anterior. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (398.255 contratos) apontava 7,76%, de 7,85% na quinta-feira. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (366.670 contratos) indicava mínima de 8,40%, de 8,53% na véspera. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (300.630 contratos) marcava 9,10%, ante 9,26%, e o DI para janeiro de 2021 (53.855 contratos) estava em 9,61%, ante 9,82% no ajuste.

Diante desses números, voltam a cair as apostas em aperto monetário na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Para maio, no entanto, a curva de juros ainda projeta uma elevação da Selic em 0,25 ponto porcentual. O maior peso para a queda das taxas futuras vem mesmo do exterior, em linha com o forte recuo dos juros pagos pelos títulos do Tesouro norte-americano.

O resultado decepcionante do mercado de trabalho norte-americano em março, que criou 88 mil vagas, abaixo das 200 mil esperadas, favoreceu o movimento de aversão ao risco. "O exterior é o principal fato do dia", resumiu o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. "Mas os rumores sobre retirada do IOF também elevam a demanda pelos papéis brasileiros e ajudam as taxas a cair", completou.

Pela manhã, o governo anunciou novas desonerações da folha de pagamentos, incluindo 14 setores. Em edição extra do Diário Oficial da União, com data de quinta-feira (04), a presidente Dilma Rousseff editou a Medida Provisória 612 para garantir o benefício a novos setores, boa parte deles rejeitada por ela em lei sancionada na quarta-feira (03).

Mantega, ao comentar as mudanças, afirmou que o governo está preparando novas medidas de desoneração. O setor de etanol e de indústria química, por exemplo, terão desonerações de PIS/Cofins, mas, de acordo com ele, a medida ainda não está pronta. No mesmo sentido, o ministro respondeu que a desoneração de smartphones não está definida.

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São Paulo - Tendo a piora externa como vetor, as taxas de juros futuros experimentaram forte queda nesta sexta-feira, sobretudo nos vencimentos mais longos. Além da piora internacional, provocada pela decepção com dados do mercado de trabalho norte-americano, comentários de que o governo poderia retirar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) das aplicações de renda fixa e derivativos acentuaram o sinal de baixa, segundo operadores.

Mesmo porque esses comentários fazem o dólar experimentar queda consistente, o que também pode ajudar o quadro inflacionário mais adiante. Por fim, o governo federal confirmou desonerações, que podem aliviar, ainda que pontualmente, a pressão sobre os preços.

Ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (227.080 contratos) marcava 7,19%, de 7,22% no ajuste anterior. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (398.255 contratos) apontava 7,76%, de 7,85% na quinta-feira. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (366.670 contratos) indicava mínima de 8,40%, de 8,53% na véspera. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (300.630 contratos) marcava 9,10%, ante 9,26%, e o DI para janeiro de 2021 (53.855 contratos) estava em 9,61%, ante 9,82% no ajuste.

Diante desses números, voltam a cair as apostas em aperto monetário na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Para maio, no entanto, a curva de juros ainda projeta uma elevação da Selic em 0,25 ponto porcentual. O maior peso para a queda das taxas futuras vem mesmo do exterior, em linha com o forte recuo dos juros pagos pelos títulos do Tesouro norte-americano.

O resultado decepcionante do mercado de trabalho norte-americano em março, que criou 88 mil vagas, abaixo das 200 mil esperadas, favoreceu o movimento de aversão ao risco. "O exterior é o principal fato do dia", resumiu o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. "Mas os rumores sobre retirada do IOF também elevam a demanda pelos papéis brasileiros e ajudam as taxas a cair", completou.

Pela manhã, o governo anunciou novas desonerações da folha de pagamentos, incluindo 14 setores. Em edição extra do Diário Oficial da União, com data de quinta-feira (04), a presidente Dilma Rousseff editou a Medida Provisória 612 para garantir o benefício a novos setores, boa parte deles rejeitada por ela em lei sancionada na quarta-feira (03).

Mantega, ao comentar as mudanças, afirmou que o governo está preparando novas medidas de desoneração. O setor de etanol e de indústria química, por exemplo, terão desonerações de PIS/Cofins, mas, de acordo com ele, a medida ainda não está pronta. No mesmo sentido, o ministro respondeu que a desoneração de smartphones não está definida.

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