Economia

Juros mais altos evitam que inflação supere o teto da meta

A inflação deve ficar próximo do teto da meta definida pelo governo em 2013, que é de 6,5%, avaliou o professor de Economia da UnB, Newton Marques.


	A desvalorização persistente do real frente ao dólar deve continuar pressionando a inflação nos próximos meses, mas não a longo prazo. 
 (Arquivo)

A desvalorização persistente do real frente ao dólar deve continuar pressionando a inflação nos próximos meses, mas não a longo prazo.  (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2013 às 17h50.

Brasília – O aumento da taxa básica de juros, a Selic, para 8,5% ao ano, pelo Banco Central, deve ajudar a segurar a pressão inflacionária. Dessa forma, a inflação deve ficar próximo do teto da meta definida pelo governo em 2013, que é de 6,5%, avaliou o professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Newton Marques.

A meta estipulada é de 4,5%, podendo variar 2 pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, de 2,5% a 6,5%. Segundo o especialista, é preciso esperar a reação do mercado ao aumento da taxa básica de juros, Selic. Para conter a inflação, o Copom elevou a taxa em 0,5 ponto percentual na última reunião ocorrida no dia 10. Também houve alta da Selic em abril e maio, de 0,25 e 0,5 ponto percentual, respectivamente.

“A inflação vai ficar dentro da meta, mas próxima ao teto. No centro da meta não [há] condições, teria que [haver] mais tempo e subir a taxa de juros muito mais fortemente. Mas para garantir a atividade econômica, não dá para aumentar muito [a taxa de juros]. O Banco Central, subindo as taxas de juros, sinaliza aos agentes econômicos que a economia vai arrefecer e, com isso, [estes] não fazem planos de investimentos. Os consumidores não fazem plano para comprar e isso tende a reduzir a pressão inflacionária”, analisou.

A desvalorização persistente do real frente ao dólar deve continuar pressionando a inflação nos próximos meses, mas não a longo prazo. Segundo o professor universitário, ainda é cedo para garantir que essa pressão da desvalorização cambial vá ser repassada para os preços.

Em ata publicada na última quinta-feira (18), a entidade monetária avaliou que a alta do dólar e as oscilações na taxa de câmbio nos últimos trimestres “ensejam uma natural e esperada correção de preços relativos”. Além disso, o documento destaca que a alta do dólar é “fonte de pressão inflacionária em prazos mais curtos”.

Para o especialista, para que a alta do dólar não interfira de forma agressiva na inflação é preciso haver uma “compensação” de outros fatores que pressionam o índice como tarifa de ônibus e alimentos. “Tem que haver combinação entre queda de preços de alimentos e passagens para compensar a elevação da desvalorização cambial”, disse.

Em discurso durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), na última quarta-feira (17), a presidenta Dilma Rousseff garantiu que a inflação ficará dentro da meta para o ano. “Temos certeza de que vamos fechar o ano com a inflação dentro da meta. Sabemos que a inflação no país tem caráter cíclico sazonal”, disse na ocasião.

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