JP Morgan vê espaço para alta da Selic em março
A ata do Copom, divulgada nesta manhã, foi ainda mais enfática do que o Relatório de Inflação ao apresentar o balanço de riscos para a inflação e, assim, deixa a porta aberta para um aumento da taxa Selic na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em março. Essa é a avaliação do economista […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.
A ata do Copom, divulgada nesta manhã, foi ainda mais enfática do que o Relatório de Inflação ao apresentar o balanço de riscos para a inflação e, assim, deixa a porta aberta para um aumento da taxa Selic na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em março. Essa é a avaliação do economista do JPMorgan Julio Callegari, que já trabalhava com a expectativa de aperto monetário em março antes mesmo da divulgação da ata.
Assim, Callegari afirma que a evolução do emprego, do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria e o desempenho da inflação - tanto corrente quanto a esperada - são as variáveis-chave daqui para frente. E a evolução desses indicadores é que deve justificar um aperto monetário na próxima reunião.
O resultado do IPCA de janeiro, que será divulgado amanhã, já deve ter grande peso na formação das apostas do mercado. Callegari observa que a pesquisa Focus, do Banco Central, projeta uma alta de 0,63% do IPCA neste mês e, portanto, qualquer resultado acima disso pode deteriorar as expectativas do mercado. "Uma coisa é a inflação ser sazonal. Outra,é a alta ser mais forte do que o esperado, e é isso que o mercado vai observar", afirma, acrescentando que, para fevereiro, ele já espera um resultado mais salgado do que o mercado projeta.
O economista do JPMorgan chama a atenção ainda para o fato de o BC ter enfatizado na ata que a ociosidade da economia está se reduzindo. E ele afirma que o BC não pode esperar para elevar os juros quando essa ociosidade tiver se esgotado, sob o risco de ser considerado "behind the curve" ou seja, atrasado em relação aos acontecimentos macroeconômicos.