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Jim O’Neill diz que Brasil cumpre requisitos para ingressar na zona do euro

Criador do termo Bric avalia que, com exceção da Finlândia, as demais nações europeias não cumprem as duas regras básicas estabelecidas na época da criação do bloco

O’Neill diz que não o surpreende ver que investidores estão à procura de outros destinos (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2011 às 16h53.

São Paulo – O economista inglês Jim O’Neill, famoso internacionalmente por ter criado o termo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), cita seis países emergentes que teriam condições econômicas de ingressar na zona do euro: Brasil, China, México, Coreia do Sul, Turquia e Indonésia.

Em relatório distribuído a clientes da Goldman Sachs Asset Management, O’Neill, que preside a instituição americana, critica a situação fiscal dos Estados Unidos, do Reino Unido, do Japão e dos principais integrantes da zona do euro.

Com exceção da Finlândia, as demais nações europeias não cumprem as duas regras básicas estabelecidas na época da criação do bloco. A primeira impõe um limite para o déficit fiscal de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). A segunda estabelece o compromisso de cada governo em reduzir a dívida pública a, no máximo, 60% do PIB.

Conforme pode ser visto na tabela abaixo, cujos dados foram coletados pelo Goldman Sachs em diversas fontes, nem mesmo a Alemanha – considerada a principal potência econômica da região – cumpre rigorosamente as normas.

"Se você achou que a situação é ruim na zona do euro, você vai notar que é muito pior nos outros países do G7 (com uma possível exceção do Canadá). As posições fiscais e da dívida do Japão e dos Estados Unidos são notadamente mais fracas, e a situação do Reino Unido não é melhor do que a da média da zona do euro”, escreve O’Neill.

Limites para ingressar na zona do euro: déficit de 3% e dívida de 60%. Compare:

Em % do PIBALEFRAESPITAPORFINIRLGREMédia euroINGEUACANJAP
Fonte: Goldman Sachs*
Déficit fiscal3,66,67,83,67,51,48,78,25,110,48,92,27,3
Dívida Pública74,881,457,9119,691,147,491,1138,682,975,293,284,0220,3

*cada país é representado na tabela pelas três primeiras letras


Enquanto isso, seis países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, são citados pelo economista como exemplos de solidez fiscal ( veja tabela abaixo ). Índia e Rússia, embora não cumpram os requisitos para ingressar na zona do euro, também recebem elogios. “Os níveis da dívida de Índia e Rússia são consideravelmente melhores do que os de todo o mundo desenvolvido, com exceção, talvez, da Finlândia”, afirma.

Prossegue O’Neill: “Então, você poderia combinar todas as oito economias em crescimento (o economista não gosta do termo emergente) com os quatro melhores países do chamado ‘mundo avançado' – Finlândia, Áustria, Canadá e Alemanha – e construir um grupo muito variado em torno de uma união monetária sadia.”

O presidente da Goldman Sachs Asset Management reconhece que, além das regras fiscais, haveria pouca coisa a justificar uma união entre esses países selecionados. “Eles não são necessariamente parceiros comerciais naturais. Mas, lembre-se, isso pode mudar. Os padrões de comércio estão evoluindo drasticamente à medida em que os países do BRIC estão ganhando importância na economia global. Além disso, os atuais membros da zona do euro já não fazem tantas transações comerciais entre si como faziam antes da união em 1999. Até o final deste ano, a Alemanha provavelmente exportará mais para a China do que para qualquer outro país, excluindo a França e os Estados Unidos.”

Neste contexto, O’Neill diz que não o surpreende perceber que investidores no mundo inteiro estão à procura de outros destinos para os seus ativos como alternativa às economias desenvolvidas.

Limites para ingressar na zona do euro: déficit de 3% e dívida de 60%. Compare:

Em % do PIBChinaBrasilRússiaÍndiaMéxicoCoreiaTurquiaIndonésia
Fonte: Goldman Sachs
Déficit fiscal1,62,64,07,92,80,43,62,0
Dívida Pública17,750,19,951,226,830,931,926,9

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São Paulo – O economista inglês Jim O’Neill, famoso internacionalmente por ter criado o termo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), cita seis países emergentes que teriam condições econômicas de ingressar na zona do euro: Brasil, China, México, Coreia do Sul, Turquia e Indonésia.

Em relatório distribuído a clientes da Goldman Sachs Asset Management, O’Neill, que preside a instituição americana, critica a situação fiscal dos Estados Unidos, do Reino Unido, do Japão e dos principais integrantes da zona do euro.

Com exceção da Finlândia, as demais nações europeias não cumprem as duas regras básicas estabelecidas na época da criação do bloco. A primeira impõe um limite para o déficit fiscal de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). A segunda estabelece o compromisso de cada governo em reduzir a dívida pública a, no máximo, 60% do PIB.

Conforme pode ser visto na tabela abaixo, cujos dados foram coletados pelo Goldman Sachs em diversas fontes, nem mesmo a Alemanha – considerada a principal potência econômica da região – cumpre rigorosamente as normas.

"Se você achou que a situação é ruim na zona do euro, você vai notar que é muito pior nos outros países do G7 (com uma possível exceção do Canadá). As posições fiscais e da dívida do Japão e dos Estados Unidos são notadamente mais fracas, e a situação do Reino Unido não é melhor do que a da média da zona do euro”, escreve O’Neill.

Limites para ingressar na zona do euro: déficit de 3% e dívida de 60%. Compare:

Em % do PIBALEFRAESPITAPORFINIRLGREMédia euroINGEUACANJAP
Fonte: Goldman Sachs*
Déficit fiscal3,66,67,83,67,51,48,78,25,110,48,92,27,3
Dívida Pública74,881,457,9119,691,147,491,1138,682,975,293,284,0220,3

*cada país é representado na tabela pelas três primeiras letras


Enquanto isso, seis países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, são citados pelo economista como exemplos de solidez fiscal ( veja tabela abaixo ). Índia e Rússia, embora não cumpram os requisitos para ingressar na zona do euro, também recebem elogios. “Os níveis da dívida de Índia e Rússia são consideravelmente melhores do que os de todo o mundo desenvolvido, com exceção, talvez, da Finlândia”, afirma.

Prossegue O’Neill: “Então, você poderia combinar todas as oito economias em crescimento (o economista não gosta do termo emergente) com os quatro melhores países do chamado ‘mundo avançado' – Finlândia, Áustria, Canadá e Alemanha – e construir um grupo muito variado em torno de uma união monetária sadia.”

O presidente da Goldman Sachs Asset Management reconhece que, além das regras fiscais, haveria pouca coisa a justificar uma união entre esses países selecionados. “Eles não são necessariamente parceiros comerciais naturais. Mas, lembre-se, isso pode mudar. Os padrões de comércio estão evoluindo drasticamente à medida em que os países do BRIC estão ganhando importância na economia global. Além disso, os atuais membros da zona do euro já não fazem tantas transações comerciais entre si como faziam antes da união em 1999. Até o final deste ano, a Alemanha provavelmente exportará mais para a China do que para qualquer outro país, excluindo a França e os Estados Unidos.”

Neste contexto, O’Neill diz que não o surpreende perceber que investidores no mundo inteiro estão à procura de outros destinos para os seus ativos como alternativa às economias desenvolvidas.

Limites para ingressar na zona do euro: déficit de 3% e dívida de 60%. Compare:

Em % do PIBChinaBrasilRússiaÍndiaMéxicoCoreiaTurquiaIndonésia
Fonte: Goldman Sachs
Déficit fiscal1,62,64,07,92,80,43,62,0
Dívida Pública17,750,19,951,226,830,931,926,9
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