Itaú BBA duela com Citi por ranking de banco de investimento
O Itaú BBA recebeu US$ 108 milhões em comissões de fusões e aquisições e por coordenar emissões de dívida e ações este ano
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2014 às 15h00.
São Paulo - A expansão do Banco Itaú BBA SA na América Latina colocou a empresa brasileira em uma disputa acirrada contra o Citigroup Inc. e o Credit Suisse Group AG pelo topo do ranking de receitas de banco de investimento na região.
O Itaú BBA recebeu US$ 108 milhões em comissões de fusões e aquisições e por coordenar emissões de dívida e ações neste ano até 30 de setembro, um incremento de 8 por cento em relação a um ano antes, segundo a empresa de pesquisa Dealogic, com sede em Londres.
O banco com sede em São Paulo está praticamente empatado com o Citigroup, que tem sede em Nova York, com US$ 109 milhões, e com o Credit Suisse, que tem sede em Zurique, com US$ 104 milhões nos 9 primeiros meses.
Os investimentos do Itaú na região incluem a contratação de Marcel Patiño, ex-chefe de banco corporativo e de investimento da unidade do Citigroup na Colômbia, para administrar sua unidade de investment banking nesse país, e de Alberto Mulas, primeiro comissário nacional de habitação do México, para ser o CEO lá.
A empresa-mãe Itaú Unibanco Holding SA disse em janeiro que compraria o Corpbanca SA no Chile e na Colômbia, em um negócio de US$ 2,3 bilhões.
“Nós contratamos profissionais na Argentina, no Chile, no Peru, em Nova York e no México -- pessoas muito qualificadas -- que estiveram nas principais multinacionais do setor ao longo de uma década”, disse Jean-Marc Etlin, CEO para investment banking do Itaú BBA, em entrevista.
“Nosso objetivo é estar entre os três primeiros da América Latina consistentemente ano após ano, semelhante ao que conseguimos no Brasil”.
O Citigroup e o Credit Suisse preferiram não comentar sobre as receitas obtidas na América Latina.
Quedas na receita
A ascensão ao segundo lugar do Itaú BBA, que um ano antes ocupava o quinto, foi a classificação mais alta em sua história, mostram os dados. O ganho de participação de mercado surgiu em um momento em que a receita do setor na região caiu 9,7 por cento, para US$ 1,34 bilhão, nos nove primeiros meses de 2014, segundo a Dealogic.
A contração foi impulsionada pela emissão de ações, que despencou 40 por cento, para US$ 277 milhões.
As comissões de fusões e aquisições em todo o setor subiram 1,1 por cento na América Latina, para US$ 364 milhões, e o Brasil representa 57 por cento do total, segundo a Dealogic.
As comissões ganhas por liderar emissão de títulos de dívida aumentaram 7,6 por cento, para US$ 498 milhões, enquanto a receita por liderar empréstimos sindicalizados avançou 2,6 por cento, para US$ 200 milhões.
“O negócio de ações foi fraco, mas os mercados de capital e dívida para as empresas brasileiras esteve bastante ativo”, disse Renato Ejnisman, chefe de investment banking e corretoras do Banco Bradesco BBI SA, que subiu do quarto lugar que mantinha no ano passado para o segundo lugar no ranking do Brasil nos três primeiros trimestres deste ano.
Comissões no Brasil
O total de comissões com banco de investimento do Brasil caiu 15 por cento, para US$ 538 milhões, enquanto o do México teve um declínio de 31 por cento, para US$ 362 milhões, disse a Dealogic.
“Este foi um ano atípico, com atividade limitada nos mercados de capital na América Latina e uma forte concentração do movimento de fusão e aquisição no Brasil”, disse Etlin, do Itaú BBA, acrescentando que “em um ano normal, eu não esperaria que já estivéssemos em primeiro lugar na América Latina”.
O Itaú BBA assessorou 57 transações de fusão e aquisição, mais de duas vezes o número gerenciado pelo segundo colocado no ranking, o Banco Santander SA.
Os banqueiros preveem que o ano que vem será melhor.
“Eu acho que os próximos 12 meses serão positivos para a região, particularmente na América Latina de língua hispânica, impulsionada pelo México”, disse Gerard Cremoux, chefe de investment banking para a América Latina do UBS AG, com sede em Zurique.
São Paulo - A expansão do Banco Itaú BBA SA na América Latina colocou a empresa brasileira em uma disputa acirrada contra o Citigroup Inc. e o Credit Suisse Group AG pelo topo do ranking de receitas de banco de investimento na região.
O Itaú BBA recebeu US$ 108 milhões em comissões de fusões e aquisições e por coordenar emissões de dívida e ações neste ano até 30 de setembro, um incremento de 8 por cento em relação a um ano antes, segundo a empresa de pesquisa Dealogic, com sede em Londres.
O banco com sede em São Paulo está praticamente empatado com o Citigroup, que tem sede em Nova York, com US$ 109 milhões, e com o Credit Suisse, que tem sede em Zurique, com US$ 104 milhões nos 9 primeiros meses.
Os investimentos do Itaú na região incluem a contratação de Marcel Patiño, ex-chefe de banco corporativo e de investimento da unidade do Citigroup na Colômbia, para administrar sua unidade de investment banking nesse país, e de Alberto Mulas, primeiro comissário nacional de habitação do México, para ser o CEO lá.
A empresa-mãe Itaú Unibanco Holding SA disse em janeiro que compraria o Corpbanca SA no Chile e na Colômbia, em um negócio de US$ 2,3 bilhões.
“Nós contratamos profissionais na Argentina, no Chile, no Peru, em Nova York e no México -- pessoas muito qualificadas -- que estiveram nas principais multinacionais do setor ao longo de uma década”, disse Jean-Marc Etlin, CEO para investment banking do Itaú BBA, em entrevista.
“Nosso objetivo é estar entre os três primeiros da América Latina consistentemente ano após ano, semelhante ao que conseguimos no Brasil”.
O Citigroup e o Credit Suisse preferiram não comentar sobre as receitas obtidas na América Latina.
Quedas na receita
A ascensão ao segundo lugar do Itaú BBA, que um ano antes ocupava o quinto, foi a classificação mais alta em sua história, mostram os dados. O ganho de participação de mercado surgiu em um momento em que a receita do setor na região caiu 9,7 por cento, para US$ 1,34 bilhão, nos nove primeiros meses de 2014, segundo a Dealogic.
A contração foi impulsionada pela emissão de ações, que despencou 40 por cento, para US$ 277 milhões.
As comissões de fusões e aquisições em todo o setor subiram 1,1 por cento na América Latina, para US$ 364 milhões, e o Brasil representa 57 por cento do total, segundo a Dealogic.
As comissões ganhas por liderar emissão de títulos de dívida aumentaram 7,6 por cento, para US$ 498 milhões, enquanto a receita por liderar empréstimos sindicalizados avançou 2,6 por cento, para US$ 200 milhões.
“O negócio de ações foi fraco, mas os mercados de capital e dívida para as empresas brasileiras esteve bastante ativo”, disse Renato Ejnisman, chefe de investment banking e corretoras do Banco Bradesco BBI SA, que subiu do quarto lugar que mantinha no ano passado para o segundo lugar no ranking do Brasil nos três primeiros trimestres deste ano.
Comissões no Brasil
O total de comissões com banco de investimento do Brasil caiu 15 por cento, para US$ 538 milhões, enquanto o do México teve um declínio de 31 por cento, para US$ 362 milhões, disse a Dealogic.
“Este foi um ano atípico, com atividade limitada nos mercados de capital na América Latina e uma forte concentração do movimento de fusão e aquisição no Brasil”, disse Etlin, do Itaú BBA, acrescentando que “em um ano normal, eu não esperaria que já estivéssemos em primeiro lugar na América Latina”.
O Itaú BBA assessorou 57 transações de fusão e aquisição, mais de duas vezes o número gerenciado pelo segundo colocado no ranking, o Banco Santander SA.
Os banqueiros preveem que o ano que vem será melhor.
“Eu acho que os próximos 12 meses serão positivos para a região, particularmente na América Latina de língua hispânica, impulsionada pelo México”, disse Gerard Cremoux, chefe de investment banking para a América Latina do UBS AG, com sede em Zurique.