Itália reitera não estar disposta a alterar orçamento de 2019
O chefe do governo italiano afirmou que não irá fazer alterações no orçamento do próximo ano que não defendem os interesses italianos
AFP
Publicado em 22 de novembro de 2018 às 16h06.
O governo italiano reiterou nesta quinta-feira (22) que não está disposto a modificar seu orçamento para 2019, apesar do rechaço formal da Comissão Europeia , abrindo caminho para possíveis sanções financeiras.
"Não estamos dispostos a renunciar a nada se for para defender os interesses dos italianos", garantiu o chefe do governo italiano Giuseppe Conte, questionado sobre as concessões que a Itália estaria disposta a fazer durante as negociações com a Comissão.
Conte, que lidera um governo de coalizão entre o movimento antissistema Movimento 5 Estrelas e a Liga, de extrema direita, repetiu que acredita "no diálogo" com o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, e os outros comissários com os quais ele se reunirá no sábado.
"Vou explicar-lhe que este é um orçamento concebido no interesse dos italianos e, claro, também da Europa. Portanto, não é um gesto de rebeldia ou desobediência às regras comuns", acrescentou Conte.
"Somos responsáveis, por trás desse orçamento, por trás de cada medida, há muito estudo", disse ele.
O chefe do governo salientou que a redução da dívida é um objetivo em comum com a Europa.
"Estamos trabalhando para reduzir" para simultaneamente "guiar o país rumo ao crescimento", acrescentou.
"Queremos um país mais competitivo (...). As receitas orientadas pela austeridade dos últimos anos falharam, esta é a nossa receita", reiterou.
O vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, líder da Liga e homem forte do chamado governo populista, foi ainda mais firma.
"Não daremos um passo atrás", alertou, ao se referir à reforma previdenciária.
"Não quero discutir com ninguém, mas se tiver que escolher entre Bruxelas e os italianos, a escolha é fácil. Exijo respeito pelos italianos", acrescentou.
A Comissão divulgou na véspera um informe detalhado no qual estima que o orçamento italiano não permitirá à terceira economia da zona do euro reduzir sua enorme dívida, de cerca de 130% do PIB.