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Ipea prevê 'crescimento medíocre' para Europa

Análise feita pelo órgão também aponta que os Estados Unidos devem ter dificuldades nos próximos anos

Protestos em Atenas: segundo o Ipea, Europa terá ameaça de crise nos próximos anos (Panagiotis Tzamaros/AFP Photo)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2012 às 19h59.

Brasília – A Europa vive uma situação delicada em meio à crise econômica mundial, e a expectativa é de “crescimento medíocre” nos próximos anos, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). O órgão analisa o cenário econômico global com enfoque do papel dos Estados Unidos, da Europa e da China no contexto da crise, em documento divulgado hoje (3).

Segundo a análise técnica feita pelo órgão, a situação é mais complicada para a Europa porque a região passará por longo período de reestruturação patrimonial das empresas e das famílias. Além disso, o cenário político entre os países-membros da União Europeia é conturbado e a ameaça de crises localizadas será constante.

O Ipea cita, no documento, o economista norte-americano Barry Eichengreen, autor do livro A Globalização do Capital, que vislumbra para a Europa um futuro de “bancos fracos e baixo crescimento econômico”.

De acordo com o órgão, o cenário é de baixo crescimento também nos Estados Unidos e em economias tradicionalmente consideradas mais desenvolvidas, podendo ocorrer crescimento em ritmo menor também em países em desenvolvimento. Mas os emergentes, liderados pela China, manterão níveis elevados de crescimento.

Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) citados pelo Ipea mostram que, em decorrência da crise financeira de 2008, deteriorada com a quebra do banco americano de investimentos Lehman Brothers, as economias dos Estados Unidos e da União Europeia recuaram 3,5% e 4,2%, respectivamente, em 2009. A crise foi sentida na sequência pelos países desenvolvidos em geral, com destaque para a retração de 6,3% do Japão, enquanto os países em desenvolvimento, puxados por aumento de 9,2% da China, apresentaram crescimento médio de 2,8%.

A retração de 2009 foi revertida em grande parte no ano seguinte, com os Estados Unidos crescendo 3% e a Europa, 1,8%. A China teve crescimento ainda maior, 10,3%. No entanto, a trajetória de recuperação não manteve o ritmo para europeus e americanos, que trabalham com expectativas de evolução de apenas 1,7% e 1,5%, respectivamente, este ano, enquanto o crescimento estimado da China também cede um pouco, para 9,5%.

Existe, conforme o Ipea, uma tendência de piora da atividade econômica em escala global, com índices mais baixos, inclusive, em 2012. Esse movimento é resultado do momento de semi-estagnação da atividade econômica dos Estados Unidos e da Europa, principalmente, com impacto negativo nos fluxos de comércio internacional. O Ipea prevê ainda que a expectativa de crescimento desses países não será suficiente para debelar os altos índices de desemprego advindos do acirramento da crise a partir de 2008.

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Brasília – A Europa vive uma situação delicada em meio à crise econômica mundial, e a expectativa é de “crescimento medíocre” nos próximos anos, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). O órgão analisa o cenário econômico global com enfoque do papel dos Estados Unidos, da Europa e da China no contexto da crise, em documento divulgado hoje (3).

Segundo a análise técnica feita pelo órgão, a situação é mais complicada para a Europa porque a região passará por longo período de reestruturação patrimonial das empresas e das famílias. Além disso, o cenário político entre os países-membros da União Europeia é conturbado e a ameaça de crises localizadas será constante.

O Ipea cita, no documento, o economista norte-americano Barry Eichengreen, autor do livro A Globalização do Capital, que vislumbra para a Europa um futuro de “bancos fracos e baixo crescimento econômico”.

De acordo com o órgão, o cenário é de baixo crescimento também nos Estados Unidos e em economias tradicionalmente consideradas mais desenvolvidas, podendo ocorrer crescimento em ritmo menor também em países em desenvolvimento. Mas os emergentes, liderados pela China, manterão níveis elevados de crescimento.

Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) citados pelo Ipea mostram que, em decorrência da crise financeira de 2008, deteriorada com a quebra do banco americano de investimentos Lehman Brothers, as economias dos Estados Unidos e da União Europeia recuaram 3,5% e 4,2%, respectivamente, em 2009. A crise foi sentida na sequência pelos países desenvolvidos em geral, com destaque para a retração de 6,3% do Japão, enquanto os países em desenvolvimento, puxados por aumento de 9,2% da China, apresentaram crescimento médio de 2,8%.

A retração de 2009 foi revertida em grande parte no ano seguinte, com os Estados Unidos crescendo 3% e a Europa, 1,8%. A China teve crescimento ainda maior, 10,3%. No entanto, a trajetória de recuperação não manteve o ritmo para europeus e americanos, que trabalham com expectativas de evolução de apenas 1,7% e 1,5%, respectivamente, este ano, enquanto o crescimento estimado da China também cede um pouco, para 9,5%.

Existe, conforme o Ipea, uma tendência de piora da atividade econômica em escala global, com índices mais baixos, inclusive, em 2012. Esse movimento é resultado do momento de semi-estagnação da atividade econômica dos Estados Unidos e da Europa, principalmente, com impacto negativo nos fluxos de comércio internacional. O Ipea prevê ainda que a expectativa de crescimento desses países não será suficiente para debelar os altos índices de desemprego advindos do acirramento da crise a partir de 2008.

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