O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como referência para a inflação oficial, registrou alta de 0,43% nos preços em março, nível pouco acima do de fevereiro, de 0,41%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice foi influenciado principalmente pela alta de 2,78% na gasolina e pela forte queda de 12,15% no quilo do frango.

Com a alta do litro do álcool e a mudança em sua mistura, a gasolina foi o item que mais fez subir a taxa de inflação de março, acrescentando 0,17 ponto percentual. O álcool combustível também teve peso importante, já que sofreu reajuste de 12,85% - no entanto, apresentou contribuição mais baixa do que a gasolina no índice geral, de 0,12 ponto percentual, por ter menor participação nas despesas de famílias, segundo o IBGE.

No total, os combustíveis para veículos subiram 4,97%, e foram responsáveis por 67% do IPCA do mês. A categoria acumula alta de 9,21% em 2006.

Já o frango, cujo preço foi abatido pelo medo da gripe aviária e as conseqüentes redução no consumo mundial e elevação nos estoques da carne, ficou 12,15% mais barato em março na comparação com fevereiro. A queda reduziu em 0,10 ponto percentual a taxa do IPCA. Os alimentos, em geral, mantiveram a trajetória de queda em março, com deflação de 0,24%, após registrarem inflação negativa de 0,28% em fevereiro.

Em março do ano passado, o IPCA havia registrado uma taxa geral de 0,61%, mais alta, portanto, do que a apurada no terceiro mês de 2006. No acumulado do primeiro trimestre, 2006 também mostra inflação mais branda, com alta de 1,44% - no ano passado, a taxa foi de 1,79%. A comparação é mais uma vez favorável na análise do resultado dos últimos doze meses: taxa de 5,32% no período encerrado em março de 2006 e de 5,51% no encerrado no mesmo mês de 2005.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado, entre outros fins, para o cálculo do governo para os reajustes anuais do salário mínimo, mostrou alta de 0,27% em março, acima do de fevereiro (0,23%). No ano, a taxa acumulada é de 0,88% - em 2005, havia sido de 1,75%,.

De acordo com o IBGE, os alimentos ajudaram a conter o índice, com queda de 0,12% no mês.

A coleta de preços do IBGE foi realizada entre os dias 25 de fevereiro e 28 de março. A pesquisa se refere a famílias com rendimento de 01 a 40 salários mínimos, e abrange os municípios de Goiânia e Brasília e as regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Belém, São Paulo, Fortaleza e Rio de Janeiro.