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Integração bancária é saída para a crise europeia

Para o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, os dirigentes europeus tendem a encontrar uma solução rápida para a atual crise econômica

Luciano Coutinho: para o presidente do BNDES, integração bancária é saída para a crise europeia (Sergio Moraes/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2012 às 10h51.

Rio de Janeiro - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, acredita que os dirigentes europeus tendem a encontrar uma solução rápida para a atual crise econômica que se abate sobre aquele continente. “Eu acredito que as lideranças políticas europeias, sempre que a perspectiva de um desastre venha a se aproximar, terminarão acelerando determinadas soluções”.

Em entrevista hoje (23), no Rio de Janeiro, após abrir o seminário O Brasil e o Mundo em 2022, comemorativo dos 60 anos do BNDES, Coutinho avaliou que a solução para a crise externa, no curto prazo, viria por meio de uma união bancária e um papel mais amplo e firme do Banco Central Europeu no mercado de títulos, apoiando também, de forma direta, o fundo de estabilização.

“A solução existe. Ela é possível”. Segundo Coutinho, a dificuldade é mais de cunho político e interna. No entender do presidente do BNDES, o problema na Europa não é se a Grécia vai sair ou não da zona do euro mas, sim, as grandes economias, como a Espanha e a Itália. “É muito difícil supor que uma ruptura da Espanha ou da Itália possa ser absorvida pelo sistema bancário, mesmo pelo sistema bancário alemão”. Este cenário seria ainda de alta volatilidade e muita incerteza nos próximos tempos, disse.

Ele afiançou, por outro lado, que apesar da crise europeia, a economia brasileira tem condições de crescer, “se seguir uma estratégia de reforço da sua capacidade própria de investimento, aumentar a sua poupança doméstica, usar mais o seu mercado interno, principalmente a fronteira de investimentos necessários em infraestrutura, em logística, para aumentar a capacidade competitiva da economia”.


O presidente do BNDES concordou com o economista norte-americano Barry Eichengreen, segundo o qual o Brasil tem condições de se tornar uma plataforma mundial, mas, para isso, necessita investir em educação. Coutinho destacou que o país vem progredindo na área da educação, mas que precisa fazer mais. “Precisamos avançar fortemente em educação, em produtividade no sistema empresarial brasileiro. Temos uma agenda muito desafiadora. Mas o Brasil tem condições de partida mais favoráveis para enfrentar um período muito difícil no cenário internacional”, ressaltou. “Então, nós temos que tirar proveito dessas condições”, completou.

Em relação à taxa de investimento, ele lembrou que o Brasil estava conseguindo elevar a taxa em direção a 20% do Produto Interno Bruto (PIB), após oscilar durante muito tempo em torno de 15% a 16%. “Não fosse a grande crise de 2008 para 2009, nós iríamos ultrapassar 20%. A crise derrubou. Nós fizemos o caminho de volta. Subimos a taxa. Tivemos um pequeno revés agora, no começo deste ano, porque a crise externa se agravou. Mas nós vamos fazer o caminho de volta. A taxa de investimento sobre o PIB no Brasil vai subir. Nós temos todas as condições de impulsionar isso”, disse.

Coutinho declarou não ter dúvidas que a taxa de investimento vai se recuperar já neste segundo semestre. “Temos condições de atrair mais o investimento privado, especialmente para infraestrutura e logística. E junto com os estímulos, temos hoje um patamar de juros historicamente mais baixo, que veio para ficar. Isso é uma mudança qualitativa importante. E nós temos que construir”.

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Rio de Janeiro - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, acredita que os dirigentes europeus tendem a encontrar uma solução rápida para a atual crise econômica que se abate sobre aquele continente. “Eu acredito que as lideranças políticas europeias, sempre que a perspectiva de um desastre venha a se aproximar, terminarão acelerando determinadas soluções”.

Em entrevista hoje (23), no Rio de Janeiro, após abrir o seminário O Brasil e o Mundo em 2022, comemorativo dos 60 anos do BNDES, Coutinho avaliou que a solução para a crise externa, no curto prazo, viria por meio de uma união bancária e um papel mais amplo e firme do Banco Central Europeu no mercado de títulos, apoiando também, de forma direta, o fundo de estabilização.

“A solução existe. Ela é possível”. Segundo Coutinho, a dificuldade é mais de cunho político e interna. No entender do presidente do BNDES, o problema na Europa não é se a Grécia vai sair ou não da zona do euro mas, sim, as grandes economias, como a Espanha e a Itália. “É muito difícil supor que uma ruptura da Espanha ou da Itália possa ser absorvida pelo sistema bancário, mesmo pelo sistema bancário alemão”. Este cenário seria ainda de alta volatilidade e muita incerteza nos próximos tempos, disse.

Ele afiançou, por outro lado, que apesar da crise europeia, a economia brasileira tem condições de crescer, “se seguir uma estratégia de reforço da sua capacidade própria de investimento, aumentar a sua poupança doméstica, usar mais o seu mercado interno, principalmente a fronteira de investimentos necessários em infraestrutura, em logística, para aumentar a capacidade competitiva da economia”.


O presidente do BNDES concordou com o economista norte-americano Barry Eichengreen, segundo o qual o Brasil tem condições de se tornar uma plataforma mundial, mas, para isso, necessita investir em educação. Coutinho destacou que o país vem progredindo na área da educação, mas que precisa fazer mais. “Precisamos avançar fortemente em educação, em produtividade no sistema empresarial brasileiro. Temos uma agenda muito desafiadora. Mas o Brasil tem condições de partida mais favoráveis para enfrentar um período muito difícil no cenário internacional”, ressaltou. “Então, nós temos que tirar proveito dessas condições”, completou.

Em relação à taxa de investimento, ele lembrou que o Brasil estava conseguindo elevar a taxa em direção a 20% do Produto Interno Bruto (PIB), após oscilar durante muito tempo em torno de 15% a 16%. “Não fosse a grande crise de 2008 para 2009, nós iríamos ultrapassar 20%. A crise derrubou. Nós fizemos o caminho de volta. Subimos a taxa. Tivemos um pequeno revés agora, no começo deste ano, porque a crise externa se agravou. Mas nós vamos fazer o caminho de volta. A taxa de investimento sobre o PIB no Brasil vai subir. Nós temos todas as condições de impulsionar isso”, disse.

Coutinho declarou não ter dúvidas que a taxa de investimento vai se recuperar já neste segundo semestre. “Temos condições de atrair mais o investimento privado, especialmente para infraestrutura e logística. E junto com os estímulos, temos hoje um patamar de juros historicamente mais baixo, que veio para ficar. Isso é uma mudança qualitativa importante. E nós temos que construir”.

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