Inflação segue amena nos EUA, e indústria se expande
WASHINGTON (Reuters) - Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram ligeiramente no mês passado, enquanto uma onda de frio impulsionou a produção industrial, sugerindo que a economia do país está crescendo sem gerar problemas de inflação ao Federal Reserve. Apesar de os dados desta sexta-feira mostrarem que a recuperação econômica continua, o alto […]
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2010 às 15h39.
WASHINGTON (Reuters) - Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram ligeiramente no mês passado, enquanto uma onda de frio impulsionou a produção industrial, sugerindo que a economia do país está crescendo sem gerar problemas de inflação ao Federal Reserve.
Apesar de os dados desta sexta-feira mostrarem que a recuperação econômica continua, o alto nível de desemprego ainda pesa sobre a confiança do consumidor.
O Departamento do Trabalho disse que o seu índice de preços ao consumidor subiu 0,1 por cento no mês passado em relação a novembro, com os custos de alimentos e energia aumentando ligeiramente e com os gastos relacionados a casa se mantendo. O índice subiu 0,4 por cento em novembro.
Analistas ouvidos pela Reuters tinham previsto que os preços ao consumidor subiriam 0,2 por cento em dezembro.
Em outro relatório, o Fed disse que a produção industrial cresceu 0,6 por cento em dezembro, com os equipamentos elétricos e a gás impulsionando a produção no mês frio.
Os números corresponderam ao consenso das previsões dos economistas entrevistados pela Reuters. O ganho de dezembro também foi igual ao aumento revisado de novembro, que havia sido divulgado inicialmente como um avanço de 0,8 por cento.
Contudo, o Fed disse que a produção manufatureira caiu 0,1 por cento, decepcionando as expectativas de crescimento no setor.
"Nós achamos que a atividade manufatureira será sustentada durante a fase positiva do ciclo de estoques. Porém, no final ela precisará ser impulsionada pelo crescimento da demanda", disse Julia Coronado, economista do BNP Paribas em Nova York.
Uma leitura da confiança do consumidor do índice Reuters/Universidade de Michigan indica que os consumidores norte-americanos ainda estão cautelosos para gastar. O índice preliminar da confiança para janeiro foi de 72,8, maior que os 72,5 do final de dezembro e que os 61,2 de janeiro do ano passado.
O número foi o mais alto em quatro meses, mas ficou abaixo das expectativas de analistas.
Outros dados do Federal Reserve de Nova York mostraram que a atividade industrial no estado norte-americano ganhou velocidade neste mês, com a alta nas novas encomendas e embarques sugerindo que a retomada no setor manufatureiro continua.
As bolsas de valores dos EUA estenderam as perdas após o JPMorgan ter informado que as perdas nas hipotecas e nos empréstimos comerciais, dois pontos fracos da economia, continuam a se acumular.
O Fed tem mantido sua taxa de juros perto de zero há mais de um ano e, na última reunião, prometeu mantê-las assim por "um período estendido." As autoridades se reunirão nos dias 26 e 27 de janeiro para discutir sobre política monetária.
INFLAÇÃO
O aumento nos preços em dezembro foi mais suave após a desaceleração dos preços da gasolina, que subiram 0,2 por cento após alta de 6,4 por cento em novembro. Os preços de alimentos subiram 0,2 por cento no mês passado, após ganharem 0,1 por cento em novembro.
Comparado com dezembro de 2008, os preços subiram 2,7 por cento, o maior aumento desde 2007, disse o departamento.
Excluindo-se os voláteis preços de energia e de alimentos, o núcleo dos preços ao consumidor subiu 0,1 por cento em dezembro, após ter se mantido estável no mês anterior. A leitura ficou em linha com as expectativas do mercado de um aumento de 0,1 por cento.
O núcleo dos preços foi puxados para cima pela alta dos preços de carros e caminhões usados, enquanto os custos das moradias se mantiveram e os preços dos veículos novos caíram. As altas taxas de vagas estão mantendo os preços dos aluguéis baixos.
Comparado com dezembro de 2008, o núcleo da inflação subiu 1,8 por cento, após subir 1,7 por cento em novembro em relação ao mesmo período do ano anterior.