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Inflação deve dar a tônica do dia nos mercados

Alta dos preços pode sinalizar um aumento da taxa de juros em dezembro

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h02.

Mais uma vez a inflação deve dar a tônica do dia. Para complicar um pouco mais, os mercados devem ficar em compasso de espera, já que o resultado do IGP-M de novembro só sairá às 17h30.

Analistas projetam uma variação de cerca de 4,9% (cerca de 20,7% mais em 12 meses), contra os 3,87% registrados em outubro _o que já representava 16,34% em 12 meses. No ano, a previsão é de que o IGP-M acumule 23,1% de alta.

"As crescentes pressões por repasses de preços e o impacto do reajuste nos preços dos combustíveis devem contribuir para a aceleração tanto do IPA com do IPC em relação aos resultados de outubro", afirmam economistas do CSFB. E isso pode levar o BC a elevar a taxa básica de juros em dezembro.

Ontem, o Banco Central já anunciou que o IPCA ficará acima da meta. O BC prevê inflação IPCA acima do limite superior da meta de inflação tanto em 2002 (5,5%) como em 2003 (6,5%), com os preços administrados se elevando em 13,4% em 2002 e 12,1% em 2003, frente à previsão contida na ata de outubro de, respectivamente, 12,0% e 12,7%. Segundo o BC, a menor projeção de preços administrados para 2003 é conseqüência, principalmente, da nova trajetória dos derivados de petróleo. Isso pode sinalizar um novo aumento da taxa de juros já para a reunião de dezembro, com o dólar no patamar atual de 3,59 reais.

O boletim de outubro/novembro do Panorama Conjuntural do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) prevê um crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB) em 2002, uma projeção inferior a que foi feita no boletim de agosto/setembro, e que apontava uma expansão na totalidade dos bens e serviços produzidos no país, da ordem de 1,7%.

Na avaliação do Ipea, será decisivo para a expansão de 1,4% do PIB este ano o comportamento das exportações líquidas, que deverão responder por 2,5 pontos percentuais de crescimento, enquanto o investimento e o consumo contribuiram negativamente com, respectivamente, menos 1 e menos 0,1 ponto percentual.

O Boletim Conjuntural admite que a industria surpreendeu favoravelmente nos últimos meses, e as estimativas do Indicador Ipea já apontam para um crescimento do parque fabril, no índice dessazonalizado, de 1% frente a setembro e de 7,8% na comparação com outubro do ano passado _quando se registrou o nível mais baixo da retração industrial causada pelo racionamento de energia elétrica.

Quarta-feira

O dólar encerrou a 3,590 reais nesta quarta-feira (27/11) com uma queda de 0,69%, após uma venda parcial de contratos de swap pelo Banco Central, em mais uma tentativa de substituição da dívida atrelada ao dólar que vence na próxima semana. O BC emprestou ao mercado 200 milhões de dólares em linhas externas, para resgate em 4 de fevereiro do próximo ano. A operação visava complementar a rolagem de 400 milhões de dólares que vencem nos dias 2 e 3 de dezembro, também em linhas externas. A substituição havia sido iniciada na véspera, com o financiamento de 150 milhões de dólares.

As principais bolsas de valores da América Latina fecharam em alta nesta quarta-feira com o bom humor dos mercados externos. No BRASIL, o índice Bovespa subiu 0,94%, para 10.226 pontos. O movimento de alta somente não foi maior, argumentaram operadores, porque o volume de negócios ficou bastante restrito na véspera do feriado norte-americano em comemoração ao Dia de Ação de Graças. O giro nesta quarta-feira na bolsa paulista ficou em 374,2 milhões de reais, muito aquém da média diária do mês passado, de 543 milhões de reais.

"Amanhã (quinta-feira) o volume de negócios deve ser ainda pior, com o feriado (nos EUA)", prevê o operador de um grande banco paulista.

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