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Inflação de julho é a menor para o mês em cinco anos, diz IBGE

No ano, o IPCA acumula alta de 2,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,22%, ainda abaixo da meta de 4,25% definida para 2019

energia elétrica pressionou o índice em julho (Pixabay/Reprodução)

Ligia Tuon

Publicado em 8 de agosto de 2019 às 09h07.

Última atualização em 8 de agosto de 2019 às 11h32.

São Paulo - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo IPCA , que mede a inflação oficial no país, ficou em 0,19% em julho, segundo divulgação feita nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ). No mês anterior, havia ficado em0,01%.

A taxaé a menor para um mês de julho desde 2014,apesar de ter sido pressionada pelaalta de 4,48% na conta de luz. O IBGE destaca que o impacto foi sentido pelamudança na bandeira tarifária, de verde para amarela, e pelo reajuste da tarifa em São Paulo, que tem um peso grande no índice.

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Se não fosse a energia elétrica, segundo o instituto, o IPCA de julho teria ficado muito próximo da estabilidade, já que os preços de grupos importantes como alimentação, transportes e saúde e cuidados pessoais ficaram estáveis ou caíram no período.

No caso do grupo Alimentação e bebidas, que representa cerca de um quarto das despesas das famílias, houve variação de 0,01% em julho, ficando quase estável de um mês para o outro.

“Houve uma forte pressão da energia elétrica agora e isso já está virando um padrão, algo sazonal. Escolas em fevereiro e energia no meio do ano”, destacou o economista do IBGE Fernando Gonçalves.

Outro grupo importante para o bolso do brasileiro, o Transportes, veio com queda de0,17% de junho para julho. A redução foi impactada por uma queda de 2,79% no preço dos combustíveis, com destaque para a gasolina (-2,80%).

No ano, o IPCA acumula alta de 2,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,22%, se mantendo abaixo da meta de 4,25% definida para 2019.

Os economistas do mercado ouvidos pelo Boletim Focus, do Banco Central, esperam que oíndice oficial de preços registre uma alta de 3,80% em 2019. A projeção para 2020 é de 3,90%.

“Há de se lembrar que o poder de compra das pessoas continua apertado e comprometido. O endividamento segue alto e a inserção no mercado de trabalho não estimula muito o consumo”, afirma Gonçalves.

Na semana passada, o Banco Central decidiu cortar a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 0,50 ponto percentual, para a nova mínima histórica de 6% ao ano. Foi o primeiro corte depois de 16 meses.

O caminho para a redução dos juros foi pavimentado por uma mistura de fatores: fraqueza persistente nos dados de atividade econômica, inflação controlada e reforma da Previdência avançando no Congresso.

O processo de afrouxamento monetário deve seguir adiante, segundo sinalizou a instituição em meio à fraqueza econômica.

GruposVariação em julho (%)
Alimentação e Bebidas0,01
Habitação1,2
Artigos de Residência0,29
Vestuário-0,52
Transportes-0,17
Saúde e Cuidados Pessoais-0,2
Despesas Pessoais0,44
Educação0,04
Comunicação0,57
GruposImpacto em julho (p.p.)
Alimentação e Bebidas0
Habitação0,19
Artigos de Residência0,01
Vestuário-0,03
Transportes-0,03
Saúde e Cuidados Pessoais-0,02
Despesas Pessoais0,05
Educação0
Comunicação0,02

(Com Reuters)

 

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