Pela terceira vez consecutiva, a inflação oficial no Brasil é mais baixa que no mês anterior. Em abril, o aumento dos preços foi de 0,37%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em janeiro, o IPCA havia variado 0,76%, em fevereiro, 0,61% e em março, 0,47%.

A deflação dos alimentos de -0,34% foi o que mais contribuiu para a queda de 0,10 ponto percentual no índice em relação a março. A queda no preço da comida ocorreu em razão do aumento da oferta, provocado com a entrada da nova safra no mercado consumidor. A maioria dos preços cobrados em abril foi menor do que os de março, quando os alimentos ficaram 0,43% mais caros. Tomate (-10,74%), feijão carioca (-2,81%), farinha de mandioca (-2,46%), arroz (-2,43%), frutas (-2,17%) e carnes (-1,88%) foram os alimentos que registraram as maiores quedas. O óleo de soja, sob influência da quebra de safra e da alta no mercado internacional, ficou estável em abril (0,05%), depois de ter subido 7,60% em março.

No ano, o índice está acumulado em 2,23%, abaixo do percentual de 6,15% registrado em igual período do ano passado. Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,26%, também abaixo do resultado dos 12 meses imediatamente anteriores, 5,89% e abaixo da meta de inflação acertada com o Fundo Monetário Internacional, de 5,5%, para 2004.

Inflação em famílias de menor renda é maior

A inflação medida entre as famílias de menor renda também foi menor em abril em relação a março, mas ficou acima da inflação oficial. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 0,41% no mês passado, depois de ter ficado em 0,57%, em março. No cálculo do INPC, os preços dos alimentos caíram 0,40%, contra uma alta de 0,51%, em março. Os não alimentícios aumentaram 0,77%, resultado superior ao de março (0,60%).

Os dois índices são calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A pesquisa do IPCA tem como base a cesta média de compras das famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, Brasília e Goiânia. É calculado desde 1980.

O INPC é realizado pelo IBGE desde 1979, refere-se às famílias com rendimento monetário de um a oito salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília.