Indústria volta a crescer em julho, mas fica abaixo do patamar pré-pandemia
Setor avançou 0,6%, levemente acima das expectativas. Apenas dez de 26 segmentos pesquisados apresentaram expansão, liderada pela produção de alimentos
Agência O Globo
Publicado em 2 de setembro de 2022 às 13h15.
A produção industrial cresceu 0,6% em julho, mas continua abaixo do patamar pré-pandemia. Dos 26 segmentos pesquisados, apenas dez apresentaram expansão, evidenciando a fragilidade do setor e o desafio para manter o crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre.
Analistas ouvidos pela Bloomberg esperavam avanço de 0,5% na comparação com junho. No ano, a indústria acumula queda de 2% e, em 12 meses, de 3%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.
É o primeiro indicador setorial do terceiro trimestre. Ontem, o instituto divulgou o PIB do segundo trimestre, mostrando que o país cresceu 1,2%. A indústria foi um dos destaques, com expansão de 2,2%, a mais alta desde 2020, quando a economia brasileira foi fortemente afetada pela Covid.
Entre as atividades, a maior influência positiva para o resultado veio do setor de produtos alimentícios (+ 4,3%). É o terceiro mês seguido de avanço neste segmento. O aumento do valor do Auxílio Brasil a partir de agosto deve manter a expansão do segmento.
“Esse crescimento foi bastante disseminado, desde o açúcar até carnes bovinas, suínas e de aves, além dos laticínios e dos derivados da soja”, explica o gerente da Pesquisa, André Macedo.
O segmento de máquinas e equipamentos desabou 10,4%. E a indústria automotiva recuou 5,7% no mês, eliminando parte do forte crescimento nos meses de maio e junho de 2022.
Apesar da queda em julho, dados de agosto mostram que a produção em agosto atingiu cerca de 200 mil unidades pelo terceiro mês consecutivo. Agosto também terminou sem que nenhuma montadora integralmente parada, depois de 20 paralisações temporárias no primeiro semestre.
Economistas avaliam que o setor industrial deve andar de lado este ano, diante da alta da taxa de juros, que afeta a capacidade de investimentos das empresas, e da desorganização das cadeias globais que compromete a produção.
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