Yale: fundada em 1701, universidade é a terceira mais antiga dos Estados Unidos (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Fabiane Stefano
Publicado em 13 de outubro de 2020 às 18h28.
Última atualização em 16 de outubro de 2020 às 11h36.
Universidades da Índia produziram CEOs em empresas como Microsoft e Google. Agora, o primeiro-ministro Narendra Modi acredita que as instituições do país podem ser ainda melhores com a competição de nomes globais como Yale, Oxford e Stanford.
O governo de Modi pressiona para reformar o setor de educação, que é fortemente regulamentado, para atrair quase 750.000 estudantes que gastam cerca de 15 bilhões de dólares por ano em busca de diplomas no exterior, disse o ministro da Educação, Ramesh Pokhriyal ‘Nishank‘, em respostas por escrito a perguntas.
A legislação — que regulará o funcionamento de universidades estrangeiras — está sendo elaborada para aprovação no parlamento, onde o governo detém maioria significativa. Isso marca uma mudança de atitude para o partido governante Bharatiya Janata, que há muito tempo resiste à abertura do setor educacional do país.
“Há muito entusiasmo”, disse Pokhriyal, observando que o governo da Austrália e algumas universidades mostraram interesse na proposta. “Muito em breve, a Índia terá algumas das melhores instituições de classe mundial.”
A Índia precisa impulsionar o setor de educação para se tornar mais competitiva e eliminar a lacuna crescente entre os currículos das faculdades e demandas do mercado. Atualmente, está classificada em 72º lugar entre 132 nações no Índice Global de Competitividade de Talentos de 2020, que mede a capacidade do país de crescer, atrair e reter talentos.
Ainda assim, a burocracia notoriamente complicada da Índia pode ser o principal obstáculo para universidades estrangeiras, juntamente com as dificuldades para a aquisição de terreno, contratação de profissionais acadêmicos e infraestrutura adequada. O ministro não especificou quais incentivos a Índia oferecerá para atrair universidades estrangeiras, exceto que as instituições, que são obrigadas a operar sem fins lucrativos, estarão em um mercado com concorrentes locais.
Algumas universidades já firmaram parcerias com instituições indianas, permitindo que alunos estudem parcialmente na Índia e concluam seus estudos no campus principal no exterior. A mudança atual incentiva essas instituições estrangeiras a estabelecer campi sem parceiros locais.
A Universidade de Washington, a London School of Economics, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade da Austrália Ocidental estão entre as instituições que afirmaram não ter planos de campi na Índia. Outras, como a Universidade McGill e a Universidade de Sydney, disseram que procuram expandir suas parcerias na Índia por meio de novos cursos ou programas de pesquisa.