Incertezas eleitorais mantêm aversão do mercado a risco, diz BBV
Nem a consolidação da candidatura de José Serra, o nome que mais agrada os investidores para a sucessão presidencial, em segundo lugar nas pesquisas eleitorais foi suficiente para o mercado reduzir a aversão ao risco, avalia o BBV Banco. Isto porque há uma possibilidade, considerada remota pelo banco, que começa a tirar o sono dos […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h35.
Nem a consolidação da candidatura de José Serra, o nome que mais agrada os investidores para a sucessão presidencial, em segundo lugar nas pesquisas eleitorais foi suficiente para o mercado reduzir a aversão ao risco, avalia o BBV Banco.
Isto porque há uma possibilidade, considerada remota pelo banco, que começa a tirar o sono dos investidores: o risco de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, vencer já no primeiro turno.
As três mais recentes pesquisas apontam para o crescimento significativo de Lula para cerca de 40% na preferência do eleitorado. O candidato governista, embora isolado em segundo, tem apenas 20%, a metade das intenções de voto do adversário petista.
Para o BBV, no entanto, esse risco é pequeno, e as incertezas eleitorais, entre Lula e Serra, deve perdurar até o segundo turno.
O mercado também não descarta outros dois desdobramentos: a desistência de Garotinho ou Ciro Gomes favorecendo Lula. Segundo o BBV, essa renúncia também não favoreceria de forma clara a candidatura de Lula.
"Rigorosamente, não se pode descartar essa hipótese, porém é importante enfatizar que se trata de um delicado cálculo político, uma vez que pode prejudicar a imagem pública do político junto ao eleitorado, hoje mais exigente", diz relatório do BBV.
As últimas pesquisas também apontaram crescimento da campanha de Garotinho, subindo cerca de 2% a 3% em uma semana, o que diminui as chances dele desistir da corrida eleitoral.
Para o BBV, o grande desafio de Lula é conquistar efetivamente o voto do eleitor de centro, que não gosta de mudanças mais profundas. "Para tanto, ele terá de se defender de maneira convincente de questionamentos quanto a eventuais inconsistências de seu programa e quanto à falta de experiência ou competência para ocupar a Presidência da República", diz o banco.
Na avaliação do BBV, esse é o ponto central que faz com que a maior parte dos eleitores de Ciro e Garotinho tenham maior resistência a votar em Lula. "A migração de votos para Serra tenderia a ser superior à migração para Lula, no caso da desistência de um deles".
Outro fator que afastaria o risco de uma vitória de Lula já no primeiro turno, segundo o BBV, é que terminou o sossego do candidato petista na campanha eleitoral. Agora que a candidatura de Ciro Gomes perdeu força e Serra está em segundo lugar, o PSDB deve concentrar os ataques contra o PT, o que faria do fim da campanha do primeiro turno apenas uma prévia da disputa da segunda etapa das eleições.