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Incerteza política nos EUA freia investimentos, diz Fed

Segundo o vice-presidente do banco, Stanley Fischer, o investimento reduzido é um dos fatores que contribui para as taxas de juros persistentemente baixas

Fed: apesar disso, a economia americana expandiu 2,6% no segundo trimestre, mais que o dobro do ritmo dos primeiros três meses deste ano (Kevin Lamarque/Reuters)
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AFP

Publicado em 31 de julho de 2017 às 15h41.

A incerteza política acerca das reformas tributária e do sistema de saúde nos Estados Unidos está fazendo as empresas frearem os investimentos, afirmou nesta segunda-feira o vice-presidente de Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano), Stanley Fischer.

O investimento reduzido, por sua vez, é um dos fatores que contribui para as taxas de juros persistentemente baixas, afirmou Fischer numa conferência no Brasil.

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"A incerteza sobre as perspectivas da política de saúde do governo, regulamentações, impostos e comércio pode fazer as empresas atrasarem projetos até o ambiente político ficar mais claro", disse.

Na última semana, o Senado americano barrou outro esforço para revogar o Affordable Care Act, criado pelo ex-presidente Barack Obama, mas o futuro da legislação é incerto, já que Trump ameaçou cortar o financiamento que torna os seguros de saúde aceitáveis para muitas famílias.

Enquanto isso, a prometida reforma tributária de Trump não avançou nada e dificilmente vai ser votada no Congresso ainda esse ano.

Mas Fischer disse que o baixo crescimento econômico é o principal freio da taxa de juros a longo prazo, apesar de o Fed ter aumentado a taxa de referência nos empréstimos federais em um ponto nos últimos 18 meses, com duas altas neste ano.

Taxas persistentemente baixas são motivo de preocupação se elas sinalizam que a economia não deve crescer mais ou se levam investidores a "buscar investimentos" em opções mais arriscadas, que "potencialmente podem atrapalhar a estabilidade financeira".

A economia americana expandiu 2,6% no segundo trimestre, mais que o dobro do ritmo dos primeiros três meses deste ano. Já a taxa de crescimento potencial a longo prazo recuou a 1,5%, metade da marca nos anos anteriores à crise financeira de 2008, de acordo com o Escritório de orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês).

Fischer afirmou que isso é motivo de preocupação, porque o "crescimento mais lento diminui o número de oportunidades de negócios que podem ser realizadas com lucro, considerando a demanda de investimento".

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