Turismo: o fluxo para a França poderá diminuir no curto prazo com a crise na Rússia, um menor crescimento na China e a estagnação econômica do Brasil (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2015 às 08h37.
Paris - A França terá outro desafio importante pela frente após os ataques desta semana: impedir que sua economia seja afetada. Analistas avaliam que ainda é cedo para medir o impacto dos atentados em Paris, mas temem a possibilidade de haver uma deterioração da confiança de consumidores e de empresários. Países que já sofreram ataques, como EUA e Grã-Bretanha, amargaram períodos de desaceleração econômica.
Empresários e analistas acompanharam o noticiário dos últimos dias com cuidado. Oficialmente, o discurso diz que ainda é cedo para avaliar o impacto na economia francesa do ataque à sede do semanário Charlie Hebdo. Essa é a avaliação de algumas empresas do setor hoteleiro, de companhias aéreas e do varejo. Todos ainda lamentam a perda de vidas e estão mergulhados no espírito de união nacional em defesa da França.
Informalmente, entretanto, é possível ouvir relatos mais preocupados com o impacto nos negócios. Um dos setores que mais teme consequências é o turismo. País mais visitado do mundo, com 83 milhões de turistas por ano, a França deve 7% de sua economia ao setor. Um executivo de uma pequena rede de hotéis de Paris disse à reportagem que o principal problema para o setor é a permanência da percepção de que a cidade pode ter outros ataques.
De acordo com ele, isso poderia afugentar turistas, especialmente os da classe média ascendente de países emergentes. É verdade que as perspectivas do setor turístico estavam um pouco mornas antes mesmo dos ataques. Após anos de crescimento explosivo no desembarque de passageiros de países emergentes, o fluxo para a França poderá diminuir no curto prazo com a crise na Rússia, um menor crescimento na China e a estagnação econômica do Brasil.
Esses países são três grandes fornecedores de turistas no mundo em desenvolvimento. Entre os ricos, as incertezas na economia da zona do euro podem amenizar um pouco o fluxo da própria Europa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.