IGP-M bate recorde em novembro e acumula alta de 19,26% no ano

São Paulo, 22 de novembro (Portal EXAME) Mais um índice de inflação bate recorde, mostra que a pressão sobre os preços é forte e está mais perto do consumidor. A segunda prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado), calculado pela Fundação Getúlio Vargas, ficou em 3,86%, a maior desde agosto de 1994. No mês passado a segunda prévia foi de 2,81%. No ano, o IGP-M já atinge 19,26%, enquanto nos últimos 12 meses acumula 19,52%.

O IGP-M é composto por três índices: o IPA (Índice de Preços no Atacado), o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e o INCC (Índica Nacional da Construção Civil).

A pressão inflacionária, provocada pela alta do dólar no período eleitoral, foi sentida primeiro no atacado, mas a prévia de novembro indica que o consumidor também está pagando a conta. No período, o IPA (atacado) puxou a alta com variação de 4,97%, contra 4,04% na segunda prévia de outubro, enquanto o IPC (consumidor) passou de 0,66% para 2,07% em um mês.

De acordo com análise do Lloyds TSB, a pressão nos preços não deixou ao Comitê de Política Monetária (Copom) outra alternativa a não ser elevar a taxa de juros. Segundo o banco, o BC elevou a Selic de 21% para 22% "para mostrar que está atento ao comportamento da inflação e aos riscos de que a taxa fique bem acima da meta do próximo ano". O teto máximo da meta é de 6,5%.

Para o Lloyds, "a menos que se abra espaço para níveis mais elevados de inflação, o que não é o caso, o juro básico só deve voltar a cair quando a taxa de câmbio recuar com consistência pelo menos para cerca de R$ 3,30".