Economia

IBGE: indústria tem 1ª queda anual em 10 anos

A queda de 7,4% na produção industrial em 2009 representou o primeiro resultado anual negativo para o setor em 10 anos. O último recuo anual havia sido apurado pelo IBGE em 1999 (-0,7%). A queda de 2009 foi também a mais intensa apurada na indústria em 19 anos. Apesar do recuo anual, a economista da […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

A queda de 7,4% na produção industrial em 2009 representou o primeiro resultado anual negativo para o setor em 10 anos. O último recuo anual havia sido apurado pelo IBGE em 1999 (-0,7%). A queda de 2009 foi também a mais intensa apurada na indústria em 19 anos. Apesar do recuo anual, a economista da coordenação de indústria do instituto, Isabella Nunes, lembra que o ano passado foi marcado por uma recuperação gradual do setor em relação ao tombo de dezembro de 2008, fundo do poço para as empresas industriais.

Isabella ressaltou também que, apesar do resultado da indústria em 2009 só ter encontrado magnitude similar no ano de 1990, quando houve o confisco da poupança no governo Fernando Collor de Mello, a recuperação do setor se deu com muito mais qualidade e rapidez em 2009. "A conjuntura no ano passado foi diferente, com manutenção da renda e do emprego e inflação dentro da meta", ressaltou.

A economista destacou também que a recuperação da indústria em 2009 foi puxada sobretudo pelo mercado interno, enquanto os segmentos mais atrelados às exportações estão com mais dificuldade de reação. Segundo ela, as perspectivas para o setor "são positivos com aumento dos investimentos e mercado interno forte".

Tendência
Isabella Nunes disse que a queda de 0,3% na produção industrial em dezembro ante novembro, o segundo recuo consecutivo ante o mês anterior, "não reverte a tendência de crescimento da indústria". Segundo ela, "há uma perda de fôlego, mas não há reversão na tendência de expansão, como mostra o resultado do índice de média móvel trimestral", afirmou. O índice de média móvel mostrou crescimento de 0,5% no trimestre encerrado em dezembro ante o terminado em novembro.

Segundo Isabella, a queda na produção em dezembro ante o mês anterior foi puxada pelos bens de consumo duráveis (-4,9%), resultado que ela considera como "uma acomodação após um forte crescimento registrado até outubro". O recuo em dezembro foi o segundo consecutivo, ante mês anterior, para essa categoria.

Para Isabella, o recuo dos duráveis pode estar relacionado ao fim dos incentivos fiscais para a indústria automobilística a partir de outubro e, também, possivelmente, à queda na produção de celulares nessa base de comparação. A produção de veículos automotores (automóveis, caminhões, autopeças) caiu 1,2% em dezembro ante novembro, após uma queda de 2,1% em novembro ante outubro. Segundo Isabella, o resultado negativo desse segmento foi puxado pelos automóveis.

Bens de capital
A reação da produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) no último trimestre do ano passado "traz condições favoráveis para manutenção da trajetória de crescimento da indústria", segundo observou Isabella Nunes. De acordo com ela, o avanço nos investimentos "garante um crescimento com qualidade". Os bens de capital lideraram os números de expansão em dezembro e no quarto trimestre de 2009, comparativamente a igual período do ano anterior. Em dezembro, ante o mês anterior, essa categoria registrou aumento de 0,3% ante o mês anterior, a nona taxa positiva consecutiva nessa base de comparação. Ante dezembro de 2008, houve aumento de 23,0%, o primeiro resultado positivo ante igual mês de ano anterior após 12 meses consecutivos de queda.

Segundo Isabella, a expansão de bens de capital em dezembro foi puxada especialmente pelo segmento de transportes, com destaque para caminhões, mas houve influência também do setor agrícola e da atividade de construção. No quarto trimestre, a produção de bens de capital aumentou 13,3% ante o trimestre imediatamente anterior. Mas, na comparação com o quarto trimestre de 2008, houve queda de 1,6%, resultado, porém, bem melhor do que o apresentado no terceiro trimestre de 2009 (-22,1%) ante o segundo trimestre do mesmo ano.

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