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Guerra na Ucrânia é maior desafio para economia mundial, afirma Yellen

A invasão iniciada pela Rússia provocou a disparada da inflação no momento em que a economia mundial começava a se recuperar dos efeitos da pandemia de covid-19

Janet Yellen: A secretária disse que continuará pressionando os aliados dos Estados Unidos no G20 para impor um teto aos preços do petróleo russo (Demetrius Freeman/The Washington Post/Getty Images)
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AFP

Publicado em 14 de julho de 2022 às 10h35.

A guerra na Ucrânia representa a maior ameaça para a economia mundial, advertiu nesta quinta-feira, 14, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, antes da reunião de ministros das Finanças do G20 na Indonésia.

A invasão iniciada pela Rússia provocou a disparada da inflação no momento em que a economia mundial começava a se recuperar dos efeitos da pandemia de covid-19, o que ameaça apagar o impulso dos últimos dois anos e provoca o risco de mais fome e pobreza.

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"Nosso maior desafio hoje vem da guerra ilegal e não provocada da Rússia contra a Ucrânia", disse Yellen em uma entrevista coletiva na ilha de Bali, prévia ao encontro de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais das 20 maiores economias do mundo na sexta-feira e sábado.

A secretária do Tesouro destacou que estão sendo registrados "efeitos negativos da guerra em todas as partes do mundo, especialmente no que diz respeito ao aumento dos preços da energia e a crescente insegurança alimentar".

"A comunidade internacional deve ter uma visão clara sobre responsabilizar Putin pelas consequências econômicas e humanitárias globais de sua guerra", acrescentou, em referência ao presidente russo Vladimir Putin.

Yellen disse que continuará pressionando os aliados dos Estados Unidos no G20 para impor um teto aos preços do petróleo russo, uma medida que pretende cortar o financiamento da guerra e obrigar Putin a encerrar a invasão, além de reduzir os custos de energia.

"Uma limitação do preço (...) é uma das ferramentas mais poderosas", afirmou, antes de acrescentar que o teto deixaria Putin "sem as receias que a máquina de guerra necessita".

Yellen expressou ainda a expectativa de que Índia e China se unam à iniciativa para limitar os preços, explicando que "está em sintonia com seus próprios interesses" para ancorar a inflação aos consumidores em todo o mundo.

"Espero expressar nos termos mais contundentes minha postura sobre a invasão da Rússia (...) falar sobre seu impacto na Ucrânia e sobre o conjunto da economia global e condená-la", disse. A secretária do Tesouro disse esperar que muitos colegas façam o mesmo.

O ministro das Finanças da Rússia não comparecerá à reunião de Bali e discursará por videoconferência, uma semana depois de o chanceler russo, Serguei Lavrov, ter sido confrontado em um ambiente majoritariamente crítico na reunião de ministros das Relações Exteriores do G20.

Os comentários de Yellen repetem os alertas do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que o panorama da economia mundial é obscuro devido à guerra iniciada por Moscou.

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, afirmou que a instituição deve cortar novamente as projeções de crescimento "tanto para 2022 como para 2023", em um relatório que será divulgado no fim do mês.

O Fundo também destacou que os aumentos dos preços dos combustíveis e da energia podem "elevar as tensões sociais".

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