Economia

Guedes: PIB do 3º tri veio abaixo do esperado, mas mostra retomada em V

Com resultado abaixo do esperado pelo mercado, economia se encontra no mesmo patamar de 2017; maior destaque do período foi a Indústria

Paulo Guedes: Ministro da Economia vê que o resultado do PIB sinaliza recuperação em V (André Borges/Getty Images)

Paulo Guedes: Ministro da Economia vê que o resultado do PIB sinaliza recuperação em V (André Borges/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 11h38.

Última atualização em 3 de dezembro de 2020 às 12h52.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta quinta-feira 3, que o crescimento de 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre ante o trimestre anterior ficou um pouco abaixo do que o governo esperava, mas ressaltou que o desempenho ainda sinaliza uma retomada forte da atividade após o pior momento da pandemia de covid-19.

"É a economia voltando, está voltando em 'V' como sempre dissemos. Houve revisões de trimestres anteriores, e por isso o resultado veio um pouco abaixo do esperado, mas o fato é que a economia está voltando em 'V', realmente está voltando", afirmou ao chegar à sede da pasta.

O resultado divulgado nesta quinta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) veio abaixo da mediana das estimativas, de 8,80%, e perto do piso do intervalo das previsões, de 7,40%, dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast. O teto das projeções era 9 50%. O Ministério da Economia projetava expansão de 8,3% no terceiro trimestre em relação ao período anterior.

Embora seja mais forte do que o esperado no início da crise, a retomada ainda é insuficiente para recuperar as perdas do primeiro semestre. Tanto que o PIB registrou queda de 3,9% na comparação com igual período de 2019.

A retração do PIB em 2020 deverá ficar em 4,50%, conforme pesquisa do Projeções Broadcast feita antes da divulgação dos dados do IBGE.

Ainda que menor do que as primeiras projeções, feitas quando a covid-19 se abateu sobre a economia, se confirmada, será a maior queda anual da história - a mais intensa até hoje foi registrada em 1990 (-4,35%), na série histórica iniciada em 1901.

Meta fiscal 2021

A meta fiscal para 2021 poderá ser fixa, ante proposta inicial da equipe econômica que ela fosse móvel, sinalizou nesta quinta-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, após avaliar que o cenário hoje é de maior previsibilidade para as receitas no ano que vem.

Ao chegar no Ministério da Economia, ele defendeu que, à época do envio ao Congresso do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, em abril, o Brasil enfrentava o auge da pandemia de coronavírus, com colapso da atividade econômica.

"Com queda das receitas, ficava muito difícil você dizer qual era o déficit", afirmou ele. "O Brasil ainda estava em meio à pandemia então naquela ocasião você não podia estimar ainda as receitas, você tinha que continuar com meta flexível para o ano que vem."

Segundo o ministro, o cenário hoje é diferente, razão pela qual o Ministério da Economia irá conversar com o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o tema. Guedes pontuou ainda que não há nenhum problema com o órgão de controle, e que o TCU é "parceiro confiável".

"Agora a economia se firmando e voltando, nós já teremos possibilidade, vamos conversas com o TCU sobre isso, teremos possibilidade então de rever as previsões de receitas e aí podemos então anunciar", disse ele a jornalistas.

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