Greve na Receita Federal pode encarecer combustíveis em janeiro; entenda
Tempo de espera para liberação de produtos como gasolina do exterior passa de dez dias, segundo associação. Petrobras não produz tudo o que o país consome
Agência O Globo
Publicado em 7 de janeiro de 2022 às 10h41.
Carta da Associação Brasileira dos Importadores De Combustíveis (Abicom) encaminhada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e obtida pelo GLOBO, afirma que as liberações das cargas importadas, que normalmente são processadas em um ou dois dias, já estão demorando mais de 10 dias.
A principal preocupação é no Porto de Santos. Os importadores afirmam que os atrasos nas liberações provocam maior tempo de armazenamento dos produtos nos tanques dos terminais portuários, gerando aumentos nos custos de armazenagem, e pode fazer acabar o espaço para recebimento de futuros navios.
As empresas lembram que as refinarias nacionais não têm capacidade para atender 100% da demanda dos principais combustíveis derivados do petróleo, como gasolina e diesel, sendo necessária a importação de volumes “expressivos” para garantir o abastecimento.
Além disso, desde o ano passado, a Petrobras não tem acatado todos os pedidos de entregas realizados pelas distribuidoras de combustíveis, o que aumenta a necessidade de importação.
“Os atrasos nas liberações dos produtos importados reduzirão a disponibilidade e oferta de combustíveis para atendimento dos pedidos das distribuidoras, potencializando o desabastecimento, durante o mês de janeiro de 2022”, afirma a carta dos importadores
“A Abicom alerta que, mantida a operação padrão ora estabelecida pelos auditores da Receita Federal, poderá ocorrer a elevação dos preços dos combustíveis oferecidos aos consumidores, com risco de desabastecimentos pontuais, ainda em janeiro de 2022”, conclui o texto.
Segundo a Abicom, há uma cobrança adicional que é paga quando o navio excede o tempo permitido para realizar as operações de descarga ou de embarque, que gira em torno de US$ 22 mil por dia por embarcação.
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