Governo vai rever projeção para PIB em 2 semanas, diz Meirelles
Anúncio virá após o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter cortado a previsão para alta do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano para 0,2%
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 12h48.
São Paulo - A estimativa para o crescimento da economia brasileira neste ano será revisada em duas semanas, contou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista à Bloomberg.
O anúncio virá após o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter cortado a previsão para alta do Produto Interno Bruto ( PIB ) neste ano para 0,2%.
O ministro, porém, não quis detalhar se a projeção, que atualmente aponta para alta de 1% do PIB, será revisada para baixo. "Vamos esperar e ver", disse Meirelles ao ser questionado se o número virá mais em linha com o que espera o mercado e o FMI.
Segundo ele, a retomada da expansão econômica começa a ocorrer neste primeiro trimestre de 2017 e acelerará ao longo do ano, chegando a 2% no quarto trimestre de 2017 ante 2016.
"Na comparação anual será inferior, devido a profunda recessão. Estimativas de mercado apontam para cerca de meio ponto porcentual", disse Meirelles, que evitou dar uma projeção oficial e limitou-se a afirmar que em duas semanas será divulgada uma revisão das estimativas.
Sobre as reformas da Previdência, o ministro da Fazenda acredita que serão aprovadas no final de março ou começo de abril na Câmara e em junho no Senado.
"Reformas da Previdência são controversas em todo o mundo e (no Brasil) há alguns pontos críticos, como a idade mínima, de 65 anos para homens e mulheres, e períodos de transição. Nós vamos também eliminar o acúmulo de pensões."
Questionado se existe um "plano B", caso a reforma não seja aprovada, Meirelles disse que há algumas medidas, como corte de despesas, mas reiterou que acredita na aprovação. "Eu acredito que será aprovada, porque precisa", disse o ministro.
Meirelles também disse esperar que as agências de classificação de risco melhorem o rating do Brasil antes de 2018 e questionado sobre uma possível candidatura à presidência, o ministro falou que está 100% focado em fazer a economia voltar a crescer. "O futuro pertence ao futuro", disse.