O setor público conseguiu um superávit primário de 10,3 bilhões de reais em março, o melhor resultado mensal desde o início da série histórica, em 1991. Para o trimestre, o superávit foi de 20,5 bilhões de reais (5,41% do Produto Interno Bruto). Ou seja, o governo conseguiu cumprir com folga a meta fiscal (14,5 bilhões de reais) acertada com o Fundo Monetário Internacional para os primeiros três meses do ano. O superávit primário é, basicamente, o resultado das receitas do setor menos as despesas, sem contar o pagamento de juros.

Considerando as despesas financeiras, entre elas os juros, o relatório do Banco Central mostra um déficit nominal de 10,8 bilhões de reais no primeiro trimestre. O montante equivale a 2,85% do PIB. Nos primeiros três meses do ano passado, o déficit havia sido de 22,1 bilhões, o equivalente a 6,32% do PIB.

Entre as principais fontes de financiamento do setor público, houve uma expansão de 10,8 bilhões de reais na dívida mobiliária (títulos públicos federais) e reduções de 3,5 bilhões na dívida bancária, de 5,7 bilhões na base monetária e de 701 milhões nos financiamentos externos.

Dívida líquida

A dívida líquida do setor público acumulada até o mês passado registrou uma pequena queda, passando de 926,7 bilhões de reais (58,16% do PIB) em fevereiro para 924,4 bilhões (57,37% do PIB) em março. O superávit nominal (75 milhões de reais), o impacto da valorização do real frente ao dólar (464 milhões) e a variação de paridade da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida (1,7 bilhão) contribuíram para resultado.