Economia

Governo reduz temporariamente o IPI de carros

O ministro da Fazenda Antônio Palocci anunciou a redução de 3 pontos percentuais no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros até 2 000 cilindradas, que ficará em vigor 30 de novembro. Sindicalistas, representantes das montadoras e o governo fecharam acordo nesta terça-feira (5/8) para reduzir o IPI e estimular a venda de carros encalhados […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h23.

O ministro da Fazenda Antônio Palocci anunciou a redução de 3 pontos percentuais no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros até 2 000 cilindradas, que ficará em vigor 30 de novembro.

Sindicalistas, representantes das montadoras e o governo fecharam acordo nesta terça-feira (5/8) para reduzir o IPI e estimular a venda de carros encalhados e manter o nível de emprego no setor até 30 de novembro.

Para compensar o imposto que já foi arrecadado sobre 100 mil carros que já estão nas concessionárias, as montadoras deixarão de repassar ao governo um ponto percentual adicional por mês de IPI, num total de 4 pontos percentuais até outubro. A renúncia fiscal com a redução do IPI chegará a R$ 342 milhões.

Embora para o consumidor final a redução do IPI seja de 3 pontos percentuais, do ponto de vista da arrecadação, o IPI dos carros médios, que hoje está em 15%, passará a ser de 11% nos três primeiros meses e em novembro cairá para 12%.

Os carros à álcool médios e os flexíveis (usam álcool ou gasolina) terão redução de IPI de 13% para 9%, até outubro, e depois passarão para 10%. Os carros populares que têm IPI de 9% passarão para 5%, no primeiro momento, e no último mês para 6%.

"Existe um compromisso claro das empresas em manter os empregos neste período. A partir disso, a vida continua. Empresários e trabalhadores manterão os debates sobre o assunto que não cabem ao governo intervir", disse o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, ao anunciar a medida.

O presidente do sindicato do ABC, José Lopes Feijó, também ressaltou a diferença deste acordo em relação a outros feitos no passado. Segundo ele, uma comissão vai monitorar mês a mês os efeitos do acordo. "Isso para nós é um passo positivo na medida que muitas vezes foram feitos acordos e depois ficaram abandonados à própria sorte sem que ninguém exercesse nenhum tipo de fiscalização."

Para o ministro do Trabalho, Jacques Wagner, o anúncio das medidas mostra que o governo está fazendo a sua parte e tem a convicção de que a responsabilidade dos trabalhadores e empresários virá na mesma direção, tanto na redução dos preços como na manutenção dos empregos.

Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, mostrou-se satisfeito com a garantia dos empregos e porque, segundo ele, a medida anunciada pelo governo "é a primeira medida concreta que o governo toma em relação a empregos". Ele lembrou, ainda, que cada emprego perdido na indústria automobilística desemprega mais pessoas na cadeia produtiva. As informações são da Agência Brasil.

A avaliação que o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo faz sobre o decreto também é positiva. O acordo garante um período de tranqüilidade para os trabalhadores até 30 de novembro, quando, espero, a economia esteja aquecida, os juros menores e, assim, a produção possa ser retomada. Além disso, o acordo faz uma ponte para que no Fórum de Competividade possamos ter um acordo a longo prazo , disse Feijóo. O decreto será publicado nesta quarta-feira (6/8) no Diário Oficial da União.

Volkswagen do ABC

Diretores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e membros da comissão de fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo estão reunidos para discutir medidas a serem adotadas em relação à situação dos 3.933 funcionários transferidos para o Plano Autovisão Brasil. A partir de 1º de setembro, estes funcionários considerados ociosos nas metas de produção da montadora deverão ser absorvidos pelo Instituto Gente, empresa de reciclagem e qualificação profissional.

Em protesto contra a ação da Volkswagen, que atinge além da unidade de São Bernardo, empregados da fábrica de Taubaté, os trabalhadores do primeiro turno da fábrica paralisaram nesta terça-feira (5/8) suas atividades, no período das 6h às 10h. Cerca de 6 mil pessoas permaneceram de braços cruzados no pátio da montadora, segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Antônio Roberto Lourençon.

Durante a mobilização, as cartas de transferência foram entregues no Departamento de Recursos Humanos. Mesmo diante das manifestações de que o ato da empresa configura uma quebra do contrato firmado de garantia na estabilidade do emprego, a montadora mantém a decisão de levar adiante o Plano Autovisão.

Fórum setorial

Durante a abertura do Fórum de Competitividade da Cadeia Produtiva Automotiva, nesta segunda-feira (4/8) em Brasília, Luiz Fernando Furlan, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, afirmou que "a solução [para o setor] passa pelo alargamento do mercado interno e pela abertura de novos mercados no exterior .

Durante o encontro foram criados quatro grupos de trabalho: Tecnologia, Mercado, Autopeças e Inclusão Social. Furlan reconheceu que o setor enfrenta uma situação difícil de estagnação do mercado interno e de capacidade ociosa, mas lembrou que ociosidade não é só um problema brasileiro. De acordo com o ministro, em termos mundiais ela representa, em média, 30% do total instalado.

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