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Governo prevê menor crescimento da exportação em 2002

As exportações brasileiras devem crescer entre 5% e 10% em 2002 - "se tanto" - segundo Roberto Giannetti da Fonseca, secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex). O prognóstico representa uma revisão para baixo em relação à estimativa que o governo brasileiro havia feito no final do ano passado. O agravamento da crise na Argentina, […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h52.

As exportações brasileiras devem crescer entre 5% e 10% em 2002 - "se tanto" - segundo Roberto Giannetti da Fonseca, secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex). O prognóstico representa uma revisão para baixo em relação à estimativa que o governo brasileiro havia feito no final do ano passado. O agravamento da crise na Argentina, a economia brasileira andando de lado e o recrudescimento da tendência protecionista dos Estados Unidos são as causas da revisão. Giannetti, contudo, afirma confiar na realização da meta de um superávit de 5 bilhões de dólares no ano, por que as importações também estão abaixo do anteriormente esperado. "Os volumes estão inferiores aos do primeiro bimestre do ano passado, mas já temos um saldo positivo de mais de 500 milhões de dólares enquanto no começo de 2001 estávamos com um déficit de 200 milhões", diz.

A participação do país no bolo do comércio mundial deve evoluir de 0,9 para 1% em 2002. O Brasil já teve participações mais expressivas nas trocas internacionais. Em 1950, a fatia das exportações era próxima de 2,5%, e a das importações era de 1,7%. Nas décadas seguintes, a média caiu pela metade. "Depois da desvalorização de 1999 entramos num novo ciclo de crescimento", diz Giannetti.

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O secretário-executivo da Camex mantém o otimismo em relação à perspectiva de o Brasil ampliar, em dois a três anos, o superávit comercial para a faixa de 10 bilhões a 15 bilhões de dólares. Ele se fundamenta no amadurecimento de diversas iniciativas que vêm sendo tomadas pelo governo federal para remover obstáculos às exportações e para estimular mais empresas a participar do comércio internacional. Dois anos atrás, os exportadores tinham de lidar com absurdos como recolher 15% de Imposto de Renda sobre despesas de promoção comercial no exterior. Isso valia, por exemplo, para um exportador de frutas que enviasse amostras para degustação num supermercado europeu ou um estilista que remetesse suas roupas para um desfile em Paris.

O Wal-Mart vai à feira

Giannetti defende que o Estado tenha um papel de indutor da atividade de exportação. "O governo precisa agir, até para fazer um contraponto às práticas de outros países", diz. Um exemplo desse papel ativo foi dado por ele ao convidar a americana Wal-Mart, a maior rede varejista do mundo, com faturamento de 191 bilhões de dólares em 2001, para conhecer potenciais fornecedores brasileiros de produtos para suas lojas. O convite gerou um evento inédito: uma feira de empresas candidatas a vender para o Wal-Mart, inaugurada nesta terça-feira (12/3), no hotel Transamérica, em São Paulo. A feira, organizada com apoio da Apex, a Agência de Promoção da Exportação, ligada à Camex, reúne cerca de 80 fornecedores brasileiros, que fabricam produtos tão variados quanto cadeiras de praia, calçados, abacaxi e vassouras. Como visitantes, compradores da Wal-Mart de dez países.

A expectativa é que o encontro gere negócios que podem alcançar centenas de milhões de dólares. Para ter idéia de como o governo de outros países se envolve com iniciativas comerciais das empresas, o feirão do Wal-Mart deverá receber a visita, nesta quarta-feira, de Robert Zoellick, o chefe do escritório de representação comercial da Casa Branca. Giannetti é partidário de que tal tipo de envolvimento seja intenso em negociações como a da tecnologia de televisão digital a ser adotada pelo Brasil. "É um mercado de 50 bilhões de dólares e temos de usar esse argumento para obter vantagens no nosso comércio exterior", diz.

Memórias de um Trader

Há dois anos à frente da Camex, o economista mineiro Roberto Giannetti da Fonseca construiu, antes de entrar para o governo, uma carreira de mais de vinte anos em comércio exterior na iniciativa privada. Sua experiência pessoal foi reunida num livro de mais de 300 páginas com o título de Memórias de um Trader - A História Vivida do Comércio Exterior Brasileiro nas Décadas de 70 e 80. O livro, editado pela IOB Thomson, será lançado dia 20 de março na sede da Confederação Nacional da Indústria, em Brasília, e depois será apresentado também em São Paulo (dia 21), em Belo Horizonte (26) e no Rio de Janeiro (27).

Veja a apresentação da Camex sobre o comércio exterior brasileiro aqui .

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