Governo leiloa 12 aeroportos em mais um passo para o fim da Infraero
Os terminais estão sob o controle da estatal Infraero, que deve ser extinta até 2022
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2019 às 06h47.
Última atualização em 15 de março de 2019 às 10h47.
Entre um tuíte e outro do presidente, a equipe econômica do governo tenta fazer avançar a prometida agenda de 35 metas para os cem primeiros dias de governo.
Nesta sexta-feira, 15, três blocos com 12 aeroportos que hoje estão sob o comanda da estatal da aviação Infraero irão à leilão e passarão para as mãos da iniciativa privada. Dentre as dez empresas que manifestaram interesse no pregão, duas estão ligadas à operação Lava-Jato .
O governo espera um investimento de cerca de 3,5 bilhões no país. Ontem, dez empresas foram à bolsa de valores confirmar a participação no pregão.
Três companhias internacionais que já arremataram outros aeroportos na última rodada de privatizações devem voltar à disputa, são elas: Fraport, da Alemanha; Zurich, da Suíça; e Vinci, da França.
A concorrência também deverá contar com a participação de duas empresas nacionais que possuem envolvimento com a lava-jato: A CCR, que já administra o aeroporto de Confins, em Minas Gerais, e recentemente fechou um acordo de leniência com a força-tarefa, e a Construcap, companhia que teve um de seus donos condenado pelo então juiz Sergio Moro, em 2018, e que dias atrás venceu a concessão do parque do Ibirapuera, em São Paulo. As grandes empreiteiras devem mais uma vez ficar de fora do certame.
Diferente de outros leilões já realizados pela União, a novidade deste pregão é a concessão em blocos que englobam mais de um aeroporto. A tática visa viabilizar a concessão de aeroportos que, sozinhos, não atrairiam interesse.
Nesta rodada, três blocos estão em jogo: o do Nordeste, que deve ser o mais disputado e conta com seis aeroportos (Recife, Maceió, João Pessoa, Aracaju, Juazeiro do Norte e Campina Grande); do Centro-Oeste, com quatro terminais (Cuiabá, Sinop, Rondonópolis e Alta Floresta); o do Sudeste, que conta com dois aeroportos (Vitória e Macaé).
Ontem, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse acreditar que “o Brasil tem potencial para ser o terceiro maior mercado de aviação do mundo”, pontuou.
A meta do governo é que, até o término do mandato de Jair Bolsonaro, em 2022, a Infraero, estatal responsável pelo controle dos terminais de avião em todo o país, seja extinta.