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Governo deve prever queda maior do PIB em 2020, diz Sachsida

A estimativa atual de queda de 4,7% foi feita considerando uma reabertura da economia a partir de 1º de junho, o que não aconteceu, disse o secretário

Homem de máscara: embora diversas cidades brasileiras já estejam reabrindo o comércio gradualmente, haverá uma perda para a atividade (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Ligia Tuon

Publicado em 10 de junho de 2020 às 15h03.

Última atualização em 10 de junho de 2020 às 16h31.

A projeção oficial de que o PIB brasileiro terá uma queda de 4,7% em 2020 será revista em julho e provavelmente mostrará que o tombo deste ano será bem maior. A estimativa atual foi feita considerando uma reabertura da economia a partir de 1º de junho, o que não aconteceu, disse o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida em entrevista.

Segundo ele, embora diversas cidades brasileiras já estejam reabrindo o comércio gradualmente, haverá uma perda para a atividade. Pelos cálculos da Secretaria de Política Econômica (SPE), cada semana de paralisação e isolamento social em razão do coronavírus tem impacto negativo de 20 bilhões de reais para o PIB.

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A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que a economia brasileira pode afundar 9,1% se houver uma segunda onda de covid-19.

A agenda de retomada da economia após a pandemia do novo coronavírus terá quatro frentes, segundo o secretário. Ela será focada em políticas de geração de emprego, combate à pobreza, numa lei de falências mais ágil e eficiente e na melhoria do mercado de crédito e garantias. “O Brasil vai sair da pandemia mais pobre e endividado”, disse ele ao explicar as quatro frentes de atuação da equipe econômica.

Um dos objetivos é atuar na formalização dos milhões de trabalhadores que se tornaram visíveis durante a pandemia ao solicitar o auxílio emergencial de 600 reais. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou em reunião ministerial na segunda-feira que o governo quer retomar a ideia da carteira verde amarela, pela qual os trabalhadores podem ter contratos mais flexíveis em relação à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Já o programa de ajuda aos informais vai ser prorrogado por mais dois meses, mas tem caráter temporário. Cada mês do auxílio emergencial custa 45 bilhões de reais, o que equivale a 18 meses do Bolsa Família.

Segundo Sachsida, o governo prepara um programa social estrutural, chamado Renda Brasil, que poderá integrar o Bolsa Família a outros programas sociais para dar maior eficiência aos gastos públicos.

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