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Governo corre contra o tempo para melhorar infra-estrutura

Lula tentará relançar, até o fim do ano, uma agenda de obras prioritárias

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h40.

Com o mandato chegando à metade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem de se apressar se quiser deixar alguma marca nos setores de infra-estrutura. Na área de transporte e armazenagem, uma estratégia para os dois próximos anos deve ficar pronta até dezembro.

Trata-se de uma agenda enxuta, que indicará quais devem ser as obras prioritárias, de acordo com dois critérios: custo e benefício. Uma versão preliminar dessa agenda lista nove projetos, que exigiriam 2,57 bilhões de dólares de investimento público nos próximos quatro anos. Além disso, teriam de ser captados 2,26 bilhões de dólares de capital privado.

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Portos e ferrovias serão as prioridades. Entre as obras citadas que mais exigiriam capital privado estão a melhoria dos acessos rodoferroviários ao Porto de Santos (600 milhões de dólares), a implantação do trecho da Ferronorte de Alto Araguaia (MT) a Diamantino (MT) (550 milhões de dólares) e a nova ferrovia Corumbá (MS)- Itirapina (SP) (300 milhões de dólares).

Além dessas, são consideradas prioridades a Ferrovia Transnordestina, para escoar a soja de Piauí, Tocantins e Bahia pelos portos de Pecém e Suape, a Ferrovia Norte-Sul e uma ligação do corredor da Brasil Ferrovias (Mato Grosso-São Paulo) para o Porto de Sepetiba. O relatório alertará que o Porto de Santos, o principal do país, admite apenas navios do tipo Panamax, com calado de 11 metros. Navios do tipo Cape Size, com calado de 16 metros e capacidade três vezes maior, podem atracar apenas em Sepetiba. O padrão Cape Size permite redução de custos de estadia e transporte a um terço do que normalmente se paga.

Trabalham contra o relógio para definir esse plano quatro especialistas da confiança do Planalto. O coordenador do trabalho é Eliezer Batista, primeiro presidente da Companhia Vale do Rio Doce, com quem Lula conversa a respeito desde junho. Com Batista estão Rafael de Almeida Magalhães (ex-ministro da Previdência e grande conhecedor dos fundos de pensão), Renato Pavan (ex-presidente da Fepasa e consultor de logística) e Keiji Kanashiro (ex-secretário-executivo do Ministério dos Transportes e conhecedor dos problemas de escoamento de produção do Centro-Oeste).

O grupo partiu do pressuposto que as necessidades de investimento em transporte e armazenagem, no momento, estão além do alcance do país. Essa lacuna é de cerca de 16,8 bilhões de dólares. Apenas o eixo Centro-Oeste/Sudeste demandaria 4,4 bilhões de dólares. O eixo menos movimentado do país, o Amazônico, precisaria de 645 milhões de dólares.

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