Governo conta com menos de R$10 bi da Eletrobras para orçamento
O montante total a ser obtido com a desestatização da elétrica, no entanto, pode ser superior a esse valor
Reuters
Publicado em 29 de agosto de 2017 às 21h04.
Rio de Janeiro - O Ministério de Minas e Energia indicará à equipe econômica, para efeito de elaboração do Orçamento de 2018, que a União poderá obter menos de 10 bilhões de reais com a privatização da Eletrobras , disse nesta terça-feira o ministro interino Paulo Pedrosa.
O montante total a ser obtido com a desestatização da elétrica, no entanto, pode ser superior a esse valor, considerado conservador e que será estipulado apenas como indicação de que a União poderá contar com recursos da privatização da empresa, acrescentou Pedrosa.
"O que está sendo previsto é menos da metade dos 20 bilhões (que está sendo falado). Menos de 10 bilhões está sendo previsto por segurança para efeito de composição do orçamento da União", disse Pedrosa a jornalistas, após participar de evento no Rio de Janeiro.
Em recente entrevista à Reuters, o ministro de Minas e Energia estimou que a privatização poderia render ao governo até 20 bilhões de reais.
Pedrosa ressaltou que o modelo de privatização da empresa não deve ficar pronto nesta semana, mas há algumas ideias sendo discutidas.
Além da desestatização da Eletrobras, que será feita com uma emissão de ações que vai diluir a participação do governo na estatal, as equipes do Ministério de Minas e Energia e da área econômica estudam a possibilidade de a União vender sua participação na elétrica.
"Nessa operação que chamei de secundária funcionaria como se fosse IPO, ou seja, a Eletrobras faz a operação primária para captar recursos de fora e o governo pode vender as ações também", adicionou ele.
"Há projeções de mercado que o governo teria hoje 12 bilhões da Eletrobras, esses 12 poderiam virar 40 bi", destacou ele.
A expectativa era que um esboço da modelagem da privatização da Eletrobras ficasse pronto esta semana, mas a hipótese foi descartada pelo ministro interino.
Cemig
O ministro interino afirmou ainda que há quatro grupos, entre nacionais e estrangeiros, interessados no leilão de quatro usinas da Cemig cujas concessões venceram.
O governo está em disputa na Justiça com a Cemig para viabilizar o certame marcado para setembro deste ano.
A venda das usinas sofre uma forte resistência da bancada mineira, que vem pressionando o governo Temer contra o leilão.
"Temos quatro grandes grupos interessados e a própria Cemig é uma potencial interessada. A própria Cemig já entendeu que Volta Grande não estaria no pacote, porque já houve duas renovações de concessão, e não entraria na disputa", declarou ele.
"O plano A é leilão das usinas da Cemig. Se houver uma convergência, a solução passa por um cancelamento parcial do leilão", adicionou ele, ressaltando que o governo conta com os recursos de 11 bilhões de reais estipulados com a venda das concessões.