Governo antecipa 13º de aposentados contra efeitos econômicos do Covid-19
Estimativa é de que o governo desembolse R$ 23 bilhões para pagar a primeira parcela aos beneficiários do INSS já no mês de abril
Reuters
Publicado em 12 de março de 2020 às 21h23.
Última atualização em 13 de março de 2020 às 07h05.
Um grupo interministerial criado pelo governo federal decidiu nesta quinta-feira antecipar para abril o pagamento da primeira parcela do 13º salário aos aposentados e pensionistas do INSS como parte das medidas para conter os efeitos econômicos da epidemia do coronavírus .
O grupo liderado pelo Ministério da Economia, tem representantes das Secretarias Especiais e coordenado pelo secretário-executivo do ministério, Marcelo Guaranys.
"Neste momento crítico, mesmo diante do exíguo espaço fiscal, o ministério buscará, em conjunto com a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, a realocação ágil de recursos orçamentários para que não falte suporte ao sistema de saúde brasileiro", afirmou o ministério em nota.
Além da antecipação do pagamento da primeira parcela do 13º aos beneficiários do INSS, num valor estimado em 23 bilhões de reais, o grupo também decidiu suspender a exigência de prova de vida dos beneficiários do INSS por 120 dias e propôs reduzir o teto dos juros do empréstimo consignado para beneficiários do INSS e a ampliação do prazo máximo das operações.
Foi decidido ainda, junto com o Ministério da Saúde, a definição de uma lista de produtos médicos e hospitalares importados que terão preferência tarifária e a prioridade do desembaraço aduaneiro para esses produtos.
Reação ao coronavírus
Economistas têm divergido sobre a melhor forma de o governo agir para evitar que a pandemia cause grandes problemas à economia brasileira, que não mostra crescimento robusto desde o fim da crise de 2015/2016.
Tanto o FMI quanto o Banco Central Europeu falam na necessidade de fazer estímulos fiscais. Na prática, seriam soluções no quesito das despesas, como fazer investimentos, ou reduzir impostos. O governo brasileiro, no entanto, afirma que não há espaço fiscal no orçamento para isso e insiste nas reformas como forma de abrir espaço no caixa.
A equipe econômica também vê a ampla oferta de crédito no sistema bancário como uma ferramenta que poderia socorrer empresas e pessoas físicas em caso de agravamento da situação econômica.