Gasto no governo Dilma resultou em piora fiscal, diz Canuto
Segundo o diretor do Banco Mundial, usar a política fiscal como estímulo contracíclico somente quando há espaço foi uma das lições após a crise de 2008
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2016 às 11h46.
Rio de Janeiro - O uso da política fiscal para gerar demanda durante o governo Dilma Rousseff resultou em deterioração das contas públicas e não teve efeito sobre o investimento privado, no sentido de estimular a economia, afirmou nesta segunda-feira, 25, o economista Otaviano Canuto, diretor do Banco Mundia l.
Segundo Canuto, usar a política fiscal como estímulo contracíclico somente quando há espaço foi uma das três lições que ficaram após a experiência das políticas econômicas dos países emergentes desde a crise global de 2008.
"Quando não há espaço fiscal e um governo tenta utilizar esse espaço, o efeito tende a ser pífio", disse Canuto, em seminário promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Isso ocorre, segundo o economista, porque quando estímulos fiscais são usados sem espaço, as respostas em termos de taxas de juros e de percepção de insolvência acabam "solapando qualquer resultado".
"No governo Dilma, teve efeito apenas uma deterioração fiscal", completou Canuto, destacando que o que aconteceu no Brasil está demonstrado na literatura sobre economia.
Uma segunda lição, segundo Canuto, foi a importância de a política fiscal ser de fato contracíclica, ou seja, economizar recursos na época de bonança para poder usar na época de crise.
Uma terceira lição, destacou Canuto na palestra, é que para a política fiscal poder ser usada como reação às crises, é preciso que o país tenha institucionalidade em termos de regras.
Nesse sentido, para o diretor do Banco Mundial, o governo do presidente em exercício, Michel Temer, caminha no sentido correto, ao propor a regra do teto para o crescimento das despesas públicas.
Canuto disse ter ouvido de um diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) que o Brasil poderia estar "rompendo barreiras" com a medida.
"A presença de regras rígidas, porém com clareza e credibilidade, ampliam o espaço fiscal no curto prazo", afirmou Canuto, destacando que, com as regras de longo prazo, há flexibilidade para passar pela crise fiscal sem uma crise mais grave.
Rio de Janeiro - O uso da política fiscal para gerar demanda durante o governo Dilma Rousseff resultou em deterioração das contas públicas e não teve efeito sobre o investimento privado, no sentido de estimular a economia, afirmou nesta segunda-feira, 25, o economista Otaviano Canuto, diretor do Banco Mundia l.
Segundo Canuto, usar a política fiscal como estímulo contracíclico somente quando há espaço foi uma das três lições que ficaram após a experiência das políticas econômicas dos países emergentes desde a crise global de 2008.
"Quando não há espaço fiscal e um governo tenta utilizar esse espaço, o efeito tende a ser pífio", disse Canuto, em seminário promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Isso ocorre, segundo o economista, porque quando estímulos fiscais são usados sem espaço, as respostas em termos de taxas de juros e de percepção de insolvência acabam "solapando qualquer resultado".
"No governo Dilma, teve efeito apenas uma deterioração fiscal", completou Canuto, destacando que o que aconteceu no Brasil está demonstrado na literatura sobre economia.
Uma segunda lição, segundo Canuto, foi a importância de a política fiscal ser de fato contracíclica, ou seja, economizar recursos na época de bonança para poder usar na época de crise.
Uma terceira lição, destacou Canuto na palestra, é que para a política fiscal poder ser usada como reação às crises, é preciso que o país tenha institucionalidade em termos de regras.
Nesse sentido, para o diretor do Banco Mundial, o governo do presidente em exercício, Michel Temer, caminha no sentido correto, ao propor a regra do teto para o crescimento das despesas públicas.
Canuto disse ter ouvido de um diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) que o Brasil poderia estar "rompendo barreiras" com a medida.
"A presença de regras rígidas, porém com clareza e credibilidade, ampliam o espaço fiscal no curto prazo", afirmou Canuto, destacando que, com as regras de longo prazo, há flexibilidade para passar pela crise fiscal sem uma crise mais grave.