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Situação fiscal não será 'muleta' para não perseguir a meta de inflação, diz Galípolo

Diretor do BC, que é um dos cotados para assumir a presidência da instituição em 2025, diz que órgão tem ferramentas para atingir a meta. Ele participou de 'live' nesta manhã

Sabatina dos economistas Gabriel Muricca Galípolo e Ailton de Aquino Santos, na comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado em julho de 2023 (Lula Marques/Agência Brasil)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 25 de junho de 2024 às 12h33.

Última atualização em 25 de junho de 2024 às 13h34.

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse que a situação fiscal do país não será "muleta" para não perseguir a meta de inflação. A declaração foi dada em uma live da Warren Investimentos na manhã desta terça-feira, pouco tempo depois de o BC divulgar a Ata do Comitê de Política Monetária (Copom).

"Na posição que eu estou, como diretor de Política Monetária [ do BC ], tento evitar comentar a política fiscal. O Banco Central como autoridade monetária vai a todo momento reafirmar com ações e na comunicação a sua função e reação dos efeitos da política fiscal tanto nas expectativas quanto na inflação corrente e, de maneira alguma, irá utilizar o fiscal para que isso seja algum tipo de muleta para que você não persiga a meta de inflação. O Banco Central tem as ferramentas para atingir a meta e irá utilizá-las", afirmou Galípolo.

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O dólar bateu a máxima da sessão em meio a falas do diretor do Banco Central, a R$ 5,43.

A meta de inflação para 2024 é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Analistas de mercado avaliam que o governo mantenha um patamar elevado de gastos e não consiga equilibrar as contas públicas, o que pressiona o índice de preços.

'Patamar restritivo de juros'

Galípolo — que é um dos mais cotados para assumir a presidência do BC a partir do ano que vem — também disse que a Ata do Copom reflete exatamente o que ele está pensando sobre a política monetária e disse que o futuro da taxa de juro no Brasil ainda está em aberto:

"A palavra que a gente utilizou foi interrupção [ da Selic, a taxa básica de juro ], mas claramente a gente não quer fazer qualquer tipo de sinalização ou guidance para a frente, o que a gente fez, ao fazer uma comunicação que utilizou a palavra interrupção, mas pretende deixar aberto para a gente ver como é que as coisas vão se desdobrar a partir de agora. Então, essa foi a intenção que a gente pretendeu transmitir tanto na ata quanto no comunicado", ele disse.

Segundo ele, a função do Banco Central não é tomar risco.

"A função é não ser tomador de risco, ser mais cauteloso e ter alguma segurança que a taxa de juro está em um patamar restritivo o suficiente para colocar a inflação na meta."

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