G20 vai desconsiderar exigências de potências sobre câmbio
O Japão pode escapar de reprimendas por ter levado sua morda a cair, e embate sobre câmbio deve ser evitado
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 21h07.
Moscou - O G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, não vai destacar o Japão pela depreciação do iene e desconsiderará um apelo das nações do G7 de que as políticas fiscal e monetária devem ser usadas apenas para objetivos econômicos domésticos, de acordo com um esboço do comunicado de autoridades do G20.
Um delegado do grupo que teve acesso a esse esboço --elaborado por vice-ministros das Finanças para seus superiores-- afirmou que o documento também não faria menção direta a novas metas de redução da dívida, algo pelo qual a Alemanha tem pressionado mas que os Estados Unidos querem descartar.
Se for aprovado pelos ministros das Finanças e banqueiros centrais no sábado, o texto confirmará que o Japão vai escapar de qualquer censura por suas políticas expansionistas que levaram a cotação do iene a cair e deram início a reclamações por parte de algumas regiões.
"No fim, não haverá um forte embate sobre câmbio, já que ninguém pode arriscar a emissão de um sinal tão negativo", avaliou outra fonte da delegação do G20.
O mercado de câmbio ficou tumultuado esta semana depois que o grupo das sete potências --EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Canadá e Itália-- divulgou um comunicado dizendo que as políticas econômicas domésticas não devem ser usadas para influenciar as cotações das moedas.
Tóquio informou que o acordo refletiu que as políticas monetária e fiscal estão apropriadas, mas que a exibição de unidade foi abalada por críticas nos bastidores ao Japão.
O esboço do comunicado G20 apenas se apega à linguagem do conteúdo anterior do grupo sobre a necessidade de se evitar volatilidade no câmbio, afirmou o delegado.
O iene recuou cerca de 20 por cento desde novembro. Nesta sexta-feira, a moeda caiu em torno de 0,6 por cento ante o dólar e o euro, em resposta à divulgação de detalhes do comunicado.
"Embora esta semana tenha sido marcada por volatilidade em torno do G7 e do G20, parece que o caminho de enfraquecimento cambial permanecerá intacto", afirmou o estrategista-chefe de câmbio do Wells Fargo em Nova York, Nick Bennenbroek.
O G7 emitiu um comunicado conjunto na terça-feira reafirmando "nosso compromisso existente há muito tempo com taxas cambiais determinadas pelo mercado".
O esboço do comunicado G20 apenas se apega à linguagem do conteúdo anterior do grupo sobre a necessidade de se evitar volatilidade no câmbio, afirmou o delegado.
Uma fonte sênior do G20 afirmou que qualquer referência à metas no câmbio não seria aceita pela China, que é agora a segunda maior economia do mundo e mantém muito de seus 3,3 trilhões dólares em reservas internacionais em títulos do Tesouro dos EUA.
As autoridades estão alinhadas para jogar água fria nas conversas sobre uma eventual guerra cambial.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou em Moscou que as discussões descompromissadas sobre o câmbio são "inadequadas, infrutíferas e derrotistas".
Na maioria das economias desenvolvidas, os bancos centrais costumam injetar dinheiro em seus sistemas bancários, gerando a possibilidade de "desvalorizações competitivas", à medida que cada país tenta favorecer suas exportações com uma moeda local mais baixa.
Draghi não quis comentar se a taxa de câmbio do euro está em um nível adequado, mas observou que ela é compatível com as médias de longo prazo em termos reais e nominais.
Na última reunião do G20, em novembro, a declaração final continha um apelo contra "a desvalorização competitiva das moedas", que foi omitida pelo G7 nesta semana, no que foi visto por Tóquio como um aval implícito às suas políticas.
EUA X EUROPA
Os EUA, segundo fontes do G20 em Moscou, estão bloqueando as tentativas de definir um novo compromisso para reduzir a contratação de empréstimos, uma posição que reflete o foco de Washington em manter políticas expansionistas até que o desemprego caia.
A Alemanha, maior economia da zona do euro, e o BCE querem um novo acordo para o crédito, o que é compatível com o remédio amargo que eles próprios receitam para os países endividados na periferia do bloco.
Um documento da União Europeia definiu essa disputa em termos fortes, dizendo que os EUA "não estão preparados para se comprometer com... uma meta numérica". "A UE considera essencial concordar com metas críveis e ambiciosas", disse o documento obtido pela Reuters.
Moscou - O G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, não vai destacar o Japão pela depreciação do iene e desconsiderará um apelo das nações do G7 de que as políticas fiscal e monetária devem ser usadas apenas para objetivos econômicos domésticos, de acordo com um esboço do comunicado de autoridades do G20.
Um delegado do grupo que teve acesso a esse esboço --elaborado por vice-ministros das Finanças para seus superiores-- afirmou que o documento também não faria menção direta a novas metas de redução da dívida, algo pelo qual a Alemanha tem pressionado mas que os Estados Unidos querem descartar.
Se for aprovado pelos ministros das Finanças e banqueiros centrais no sábado, o texto confirmará que o Japão vai escapar de qualquer censura por suas políticas expansionistas que levaram a cotação do iene a cair e deram início a reclamações por parte de algumas regiões.
"No fim, não haverá um forte embate sobre câmbio, já que ninguém pode arriscar a emissão de um sinal tão negativo", avaliou outra fonte da delegação do G20.
O mercado de câmbio ficou tumultuado esta semana depois que o grupo das sete potências --EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Canadá e Itália-- divulgou um comunicado dizendo que as políticas econômicas domésticas não devem ser usadas para influenciar as cotações das moedas.
Tóquio informou que o acordo refletiu que as políticas monetária e fiscal estão apropriadas, mas que a exibição de unidade foi abalada por críticas nos bastidores ao Japão.
O esboço do comunicado G20 apenas se apega à linguagem do conteúdo anterior do grupo sobre a necessidade de se evitar volatilidade no câmbio, afirmou o delegado.
O iene recuou cerca de 20 por cento desde novembro. Nesta sexta-feira, a moeda caiu em torno de 0,6 por cento ante o dólar e o euro, em resposta à divulgação de detalhes do comunicado.
"Embora esta semana tenha sido marcada por volatilidade em torno do G7 e do G20, parece que o caminho de enfraquecimento cambial permanecerá intacto", afirmou o estrategista-chefe de câmbio do Wells Fargo em Nova York, Nick Bennenbroek.
O G7 emitiu um comunicado conjunto na terça-feira reafirmando "nosso compromisso existente há muito tempo com taxas cambiais determinadas pelo mercado".
O esboço do comunicado G20 apenas se apega à linguagem do conteúdo anterior do grupo sobre a necessidade de se evitar volatilidade no câmbio, afirmou o delegado.
Uma fonte sênior do G20 afirmou que qualquer referência à metas no câmbio não seria aceita pela China, que é agora a segunda maior economia do mundo e mantém muito de seus 3,3 trilhões dólares em reservas internacionais em títulos do Tesouro dos EUA.
As autoridades estão alinhadas para jogar água fria nas conversas sobre uma eventual guerra cambial.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou em Moscou que as discussões descompromissadas sobre o câmbio são "inadequadas, infrutíferas e derrotistas".
Na maioria das economias desenvolvidas, os bancos centrais costumam injetar dinheiro em seus sistemas bancários, gerando a possibilidade de "desvalorizações competitivas", à medida que cada país tenta favorecer suas exportações com uma moeda local mais baixa.
Draghi não quis comentar se a taxa de câmbio do euro está em um nível adequado, mas observou que ela é compatível com as médias de longo prazo em termos reais e nominais.
Na última reunião do G20, em novembro, a declaração final continha um apelo contra "a desvalorização competitiva das moedas", que foi omitida pelo G7 nesta semana, no que foi visto por Tóquio como um aval implícito às suas políticas.
EUA X EUROPA
Os EUA, segundo fontes do G20 em Moscou, estão bloqueando as tentativas de definir um novo compromisso para reduzir a contratação de empréstimos, uma posição que reflete o foco de Washington em manter políticas expansionistas até que o desemprego caia.
A Alemanha, maior economia da zona do euro, e o BCE querem um novo acordo para o crédito, o que é compatível com o remédio amargo que eles próprios receitam para os países endividados na periferia do bloco.
Um documento da União Europeia definiu essa disputa em termos fortes, dizendo que os EUA "não estão preparados para se comprometer com... uma meta numérica". "A UE considera essencial concordar com metas críveis e ambiciosas", disse o documento obtido pela Reuters.