G20 aumenta o poder de fogo do FMI para US$ 1 trilhão
Grupo capitaliza o FMI, libera dinheiro para crédito a exportações e aumentar fiscalização sobre grandes fundos
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2009 às 21h31.
A reunião do G20 aumentou o poder de fogo do Fundo Monetário Internacional (FMI). O órgão receberá vai elevar o montante de recursos disponíveis para empréstimos de 250 bilhões de dólares para 750 bilhões de dólares.
Mais 250 bilhões de dólares poderão ser utilizados para ampliar as reservas internacionais dos países. Os membros da cúpula também se comprometeram a vender ouro ao FMI para ajudar os países pobres.
Segundo Brown, os pacotes de estímulo anunciados por governos para combater a crise podem alcançar 5 trilhões de dólares.
Apesar das elevadas cifras destinadas a reanimar o crescimento da economia mundial, os líderes da cúpula foram vagos e não detalharam como o dinheiro será aplicado nem quem poderá receber a ajuda.
Entre as medidas discutidas, o G20 optou por atrair regulamentar a atividade dos grandes fundos hedge, além de reprimir os paraísos fiscais.
O comunicado oficial, lido por Gordon Brown após o término da reunião, diz que "a era do sigilo bancário acabou". O texto ainda faz menção a sanções que poderão ser tomadas contra os paraísos fiscais que não fornecerem informações sobre impostos pagos e que seria feita uma "lista-negra" com quem desrespeitasse o acordo.
Além do valor destinado ao FMI, a cúpula pretende reservar 250 bilhões de dólares para restaurar o crédito às exportações por meio de instituições internacionais. A estimativa inicial é de que apenas 100 bilhões de dólares fossem separados para esse fim.
O comunicado reforça ainda a intenção de combater o protecionismo, dizendo que a Organização Mundial do Comércio (OMC) e outras instituições internacionais vão monitorar aqueles que adotarem medidas protecionistas. O G20 também se comprometeu a "alcançar uma conclusão ambiciosa e equilibrada" para a rodada de Doha.
Sobre regulamentação financeira, o G20 decidiu criar um Painel de Estabilidade Financeira, um fórum para reguladores financeiros. O novo órgão vai substituir o Fórum de Estabilidade Financeira, que também inclui todos os países do G20, Espanha e a Comissão Europeia. O objetivo é colaborar com o FMI para alertar previamente os países sobre possíveis riscos econômicos e financeiros.
O FMI, o Banco Mundial e Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) anunciaram uma série de previsões pessimistas para o cenário mundial. As três organizações concordam que a economia global está contraindo pela primeira vez desde a II Guerra Mundial e que o comércio está caindo para o ritmo mais lento desde os anos 70. Ainda assim, eles preveem uma leve melhora da economia para o ano que vem.
O encontro de Londres aconteceu em meio a maior crise financeira desde a Grande Depressão, em 1929, e só piorou desde o primeiro encontro do G20, em novembro do ano passado, em Washington.
Os líderes concordaram em marcar um novo encontro ainda neste ano para continuar as discussões. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que a reunião aconteceria em Nova York após o encontro da Assembleia Geral da ONU, em setembro.