Economia

Furlan diz que apego aos indicadores ruins é "autoflagelação desnecessária"

"O processo de crescimento já começou". A sentença é de Maílson da Nóbrega, sócio da Tendências Consultoria Integrada e um dos participantes do seminário  "Perspectivas da Economia Brasileira  - Agenda para o Crescimento", promovido pela empresa na quinta-feira (29/4). O ex-ministro do governo Sarney mantém a projeção de crescimento de 3,5% do PIB, apesar dos solavancos da economia registrados […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h23.

"O processo de crescimento já começou". A sentença é de Maílson da Nóbrega, sócio da Tendências Consultoria Integrada e um dos participantes do seminário  "Perspectivas da Economia Brasileira  - Agenda para o Crescimento", promovido pela empresa na quinta-feira (29/4). O ex-ministro do governo Sarney mantém a projeção de crescimento de 3,5% do PIB, apesar dos solavancos da economia registrados nas últimas semanas. Além disso, prevê queda do desemprego já em maio ou junho e uma recuperação do poder de compra em 2004 entre 2,5% e 3%. "Já temos aumento na demanda de bens duráveis, que são influenciados pelo crédito, e no segundo semestre a demanda deve chegar aos supermercados, onde a influência da recuperação da renda é mais sensível", completou.

Para ele o governo Lula não está paralisado, "apenas um pouco lento", mas ainda assim empenhado na continuidade das reformas, como prova a apresentação de uma proposta remodelada de mudanças nas agências reguladoras. "Essa descrença, a sensação de paralisia, ocorre porque Lula prometeu mais do que poderia fazer", afirmou, como dobrar o salário mínimo num período incompatível. Para agravar a situação do governo petista no campo das expectativas, o caso Waldomiro Diniz, lembrou Nóbrega, serviu para provar que o partido não tem o monopólio da ética. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, titular da pasta que Nóbrega ocupou entre 1988 e 1990, foi poupado: "O que inibe o crescimento é a ausência de ações concretas do governo, e não a política monetária, que está correta. Cabe ao governo criar e consolidar instrumentos que sirvam de base para o capitalismo."

O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, também presente ao evento, apontou uma "fixação nacional em números ruins do mercado financeiro". "A idéia que se tem hoje é que estamos vinculados ao juro americano e ao risco-país. Mas não é verdade, porque 99% das empresas brasileiras não são afetadas por esses indicadores. É uma autoflagelação completamente desnecessária", disse.

Furlan manteve a projeção de crescimento de 3,5%, dos quais 2% viriam das exportações. Ele negou que essa projeção indique descrença na recuperação do mercado interno neste ano. "Existe o desafio de recuperar a demanda interna, mas precisamos lembrar que renda e consumo vêm caindo há cinco anos e não vão se recuperar do dia para noite", disse. "As exportações também terão efeitos positivo sobre a economia interna."

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