Economia

FT diz que saída de Levy causa temores de intervenção estatal na economia

O jornal britânico afirma ainda que a saída é mais um sinal de que "ideólogos do governo estão levando vantagem nas principais decisões"

Joaquim Levy: Financial Times fala em potencial "incômodo" de investidores e "ideologia" do governo com saída do executivo do BNDES (varisto Sa / Getty Images/Getty Images)

Joaquim Levy: Financial Times fala em potencial "incômodo" de investidores e "ideologia" do governo com saída do executivo do BNDES (varisto Sa / Getty Images/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de junho de 2019 às 07h36.

São Paulo — O pedido de demissão do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, "pode incomodar investidores que temem um retorno da intervenção do Estado na economia", diz reportagem publicada neste domingo pelo jornal britânico Financial Times. O jornal afirma ainda que a saída é mais um sinal de que "ideólogos do governo estão levando vantagem nas principais decisões".

O pedido de demissão de Levy aconteceu neste domingo. Na véspera, ele foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro em função da nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do banco de fomento. "Levy nomeou Marcos Pinto para função no BNDES. Já estou por aqui com o Levy", disse o presidente neste sábado [15]. "Falei para ele: [Levy] demite esse cara na segunda ou eu demito você [Levy] sem passar pelo Guedes [ministro da Economia]", afirmou ontem o presidente. "Ele [Levy] está com a cabeça a prêmio há algum tempo", continuou o presidente. Barbosa Pinto trabalhou como assessor do BNDES durante o governo PT, de 2005 a 2007, o que irritou Bolsonaro.

O FT lembrou ainda que o governo vive outro escândalo, o do vazamento das mensagens atribuídas ao atual ministro da Justiça, Sergio Moro, pelo site The Intercept. Além disso, o jornal citou que o governo tenta aprovar a reforma da Previdência, e que o BNDES passa por um escrutínio cada vez maior por conta de suas práticas de empréstimo durante os governos do PT.

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