FMI: Itália deve reduzir déficit enquanto cresce acima do potencial
O orçamento prevê uma forte alta no déficit orçamentário para cobrir promessas eleitorais de gastos públicos e cortes de impostos
Reuters
Publicado em 8 de novembro de 2018 às 17h18.
Bruxelas - A Itália deve cortar seu déficit fiscal e a dívida pública como prioridades, enquanto seu crescimento econômico, embora desacelerando, ainda está acima do potencial, alertou o Fundo Monetário Internacional ( FMI ) nesta quinta-feira.
Roma está presa em uma amarga disputa com a Comissão Europeia sobre sua proposta de Orçamento de 2019, que prevê uma forte alta no déficit orçamentário para cobrir promessas eleitorais de gastos públicos maiores, cortes de impostos e uma redução da idade de aposentadoria.
Atualmente acima de 130 por cento do produto interno bruto, a dívida italiana é a segunda mais alta da Europa depois da Grécia e Roma tem o maior custo de serviço da dívida na União Europeia.
"Países deveriam priorizar medidas para reduzir o déficit fiscal em direção a suas metas de médio prazo e dívida menor", disse o FMI em um relatório regional sobre a Europa.
"A urgência é maior em países com vulnerabilidades significativas, como a Itália e Turquia."
O governo populista da Itália argumenta que o déficit mais alto, a 2,4 por cento do PIB, ante 1,8 por cento neste ano, vai ajudar a impulsionar uma aceleração do crescimento econômico para 1,5 por cento no próximo ano, ante 1,2 por cento em 2018, e para 1,6 por cento em 2020.
A Comissão Europeia acredita que essas previsões de crescimento são muito otimistas e o déficit projetado, embora muito alto, será ainda maior se o crescimento ficar abaixo da previsão.
O FMI adotou uma visão semelhante, prevendo que o crescimento do PIB da Itália será de apenas 1,0 por cento em 2019 e 0,9 por cento em 2020.